sexta-feira, 15 de setembro de 2006

constituições

Preâmbulo da Constituição Espanhola
10 de Setembro de 1976.

“La democracia, resultado del esfuerzo y trabajo de todo el pueblo español, no puede ser improvisado. Toda la nuestra historia contemporánea demuestra que las creaciones abstractas, las ilusiones por nobles que sean, las actitudes maximalistas, los partidarismos elevados a dogmas, no solo, no conducen á la democracia, sino la destruyen.
Por ello, esta solo se puede alcanzar como forma estable de convivencia civilizada e conforme las leyes, partiendo de la realidad social existente y la historia asumida.“ (...)


Preâmbulo à Constituição da República Portuguesa

Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa. (...)
A Assembleia constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, garantir os direitos fundamentais do cidadão, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito e de abrir o caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.” (...)

Robert Hutchings lera por duas vezes cada um dos pequenos parágrafos que preambulavam os soberanos propósitos, que cada um dos respectivos povos resolvera agregar, em momentos quase simultâneos da sua história recente.
As constituições têm esta larga vantagem de trazer documentadas as ambições das nações soberanas, de fazer exprimir junto de audiências e quase de uma forma coloquial, ao que elas vêm, ao que se propõem.
Da rápida leitura assim efectuada, parecia evidente a Robert que os espanhóis foram mais avisados, mais cientes das particularidades da natureza humana e sobretudo dos enganos a que conduzem as quimeras. Os Portugueses, liderados por intelectuais forjados no simplismo marxista e cavalgando a cegueira de revolucionários feitos á pressa, caíram na esparrela dogmática e forçaram ideológicamente o país, no sentido da criação de uma sociedade sem classes, de um socialismo dito de democrático e de quem já muito gente desconfiava na europa.
Com um certo rigor de apreciação verificava Robert que as ilusões, as quimeras e os dogmas ideológicamente alimentados, não tiveram o espaço ou a amplitude, no país quixotesco que em momentos se deixara enganar por moinhos de vento.
Quanto aos portugueses, muitos ainda se deixam encantar pelas ninfas da revolução....

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