Uma frente fria está a atravessar a economia portuguesa. Existem vários factores que explicam esta enregelada recessão. Um desses factores é, com certeza, a rigidez da legislação laboral. E a rigidez laboral não é apenas um problema económico. Esta questão levanta, acima de tudo, um problema de justiça entre gerações. O código laboral português, um dos mais arcaicos do mundo, atirou a minha geração para a emigração. É verdade, meu caro leitor: os jovens portugueses estão a emigrar. Há uma nova diáspora portuguesa provocada por uma legislação laboral que apenas protege as gerações mais velhas. Este país não é para gente nova.
Os jovens estão a emigrar, porque a sua ascensão profissional está bloqueada em Portugal. A história repete-se ad eternum em todos os sectores: o trabalhador jovem é mais competente do que o trabalhador "instalado", mas o jovem nunca consegue subir na carreira devido aos privilégios legais do "instalado". É assim nas empresas, nas instituições públicas, nos bancos, nas universidades, nas fundações, etc. Ao longo dos anos, as gerações de "instalados" fizeram leis para preservar os seus empregos à custa das gerações mais novas. Esta injustiça geracional é vulgarmente conhecida por "direitos adquiridos". Para fugir à farsa dos "direitos adquiridos", muitos jovens emigram. Este país não é para gente nova.
Não é a pobreza (relativa) de Portugal que provoca esta emigração. É a (absoluta) injustiça geracional que leva a minha geração a deixar o país: as "novas oportunidades" só se encontram a partir de Badajoz. Não estamos perante a velha emigração da mala de cartão. No estrangeiro, esta gente não procura apenas dinheiro; esta gente busca, sobretudo, a realização profissional que não consegue alcançar na terra natal. Lá fora, esta juventude anseia por ambientes de trabalho sem vacas sagradas, ou seja, anseia por países indexados ao mérito. Estes jovens saem da sua pátria, porque os "instalados" não admitem que o mérito (ou seja, a igualdade entre gerações) substitua a antiguidade como critério central do código laboral. Este país não é para gente nova.
Um país que hipoteca o futuro dos seus jovens é uma entidade moralmente falida. Portugal já faliu no campo da moral. E esta decadência é mais profunda do que qualquer recessão económica. Aliás, podemos dizer que Portugal vive numa espécie de perpétua recessão moral. Quando expulsa as gerações mais novas em nome da protecção de privilégios ilegítimos das gerações mais velhas, um país entra em recessão moral. Portugal está mergulhado nesta imoralidade geracional até ao pescoço. Este país não é para gente nova.
Por Henrique Raposo in Expresso
sábado, 17 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
sábado, 12 de setembro de 2009
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
UMA VERDADE E UM DELIRIO
Da entrevista de Alferes Pereira ao Correio da Feira.
A VERDADE:
"O poder é fraco, mas a oposição mete dó"
O DELIRIO:
"Objectivo do CDS/PP é vencer em três ou quatro juntas e levar Alferes Pereira ao executivo camarário."
A VERDADE:
"O poder é fraco, mas a oposição mete dó"
O DELIRIO:
"Objectivo do CDS/PP é vencer em três ou quatro juntas e levar Alferes Pereira ao executivo camarário."
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
WHICH GIG? AN AMAZING 360°
Date: 22/08/2009
Location: Cardiff, Wales
Event: Final night of the U2's 360° European Tour
Um concerto fenomenal, como seria de esperar, daquela que é sem dúvida uma das maiores e melhores bandas de rock de sempre.
Uma brilhante seleccao de músicas levou a uma noite mágica para os mais de 70.000 pessoas no Millennium Stadium.
Claro que um concerto dos U2 nao podia estar completo sem uma forte mensagem politica, de suporte á liberdade e democracia, e a dedicacao de "Walk On" a Aung San Suu Kyi e um video de Desmond Tutu antes de "One" foram momentos altos.
Os U2 podem e devem estar orgulhosos de mais uma fantástica digressao.
Eu estou por ter tido esta oportunidade.
Próxima paragem: Chicaco, EUA
Alinhamento:
Breathe
No Line On The Horizon
Get On Your Boots
Magnificent
Beautiful Day
Mysterious Ways
I Still Haven't Found What I'm Looking For
Stay
Unknown Caller
Unforgettable Fire
City of Blinding Lights
Vertigo
I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight (Remix)
Sunday Bloody Sunday
Pride (In The Name of Love)
MLK
Walk On
Where The Streets Have No Name
--------
One
Bad
--------
Ultraviolet
With Or Without You
Moment of Surrender
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
NAO PODIA ESTAR MAIS DE ACORDO
In TSF:
Para Medina Carreira, antigo ministro das Finanças e o homem que negociou com o FMI no primeiro Governo constitucional, mostrou na noite passada desiludido com a classe política.
«Sempre que um partido em Portugal tem maioria absoluta, os deputados ficam reduzidos a zero. Se tem maioria relativa, há estas contendas brutais em que o PSD está metido porque sabem que sem ir ao Governo não têm lugares para tratar da vida e dos negócios. E, portanto, degladiam-se para ver se têm acesso aos lugarzitos que restam», afirmou.
«É para empregar os primos, os tios, para fazer negócios de auto-estradas e outras coisas no genero. Portugal hoje é um grande BPN», acrescentou o antigo ministro das Finanças.
Entrevistado no programa, Negócios da Semana, da SIC Notícias, Medina Carreira lamentou a falta de aposta na captação do investimento estrangeiro, que entende ser uma das prioridades da governação.
«Tem que se ver no terreno, [se a falta de investimento estrangeiro] é por causa dos ordenados, das leis laborais, da burocracia, dos tribunais, dos corruptos. O Governo deveria fazer um inquérito para saber porquê que é que isto acontece e depois propôr as medidas», declarou Medina Carreira.
«Agora se não se faz nada disso, se vêm um programa eleitoral que diz que a Justiça tem que ser mais rápida, bom o amigo banana dizia a mesma coisa», criticou.
Para Medina Carreira, antigo ministro das Finanças e o homem que negociou com o FMI no primeiro Governo constitucional, mostrou na noite passada desiludido com a classe política.
«Sempre que um partido em Portugal tem maioria absoluta, os deputados ficam reduzidos a zero. Se tem maioria relativa, há estas contendas brutais em que o PSD está metido porque sabem que sem ir ao Governo não têm lugares para tratar da vida e dos negócios. E, portanto, degladiam-se para ver se têm acesso aos lugarzitos que restam», afirmou.
«É para empregar os primos, os tios, para fazer negócios de auto-estradas e outras coisas no genero. Portugal hoje é um grande BPN», acrescentou o antigo ministro das Finanças.
Entrevistado no programa, Negócios da Semana, da SIC Notícias, Medina Carreira lamentou a falta de aposta na captação do investimento estrangeiro, que entende ser uma das prioridades da governação.
«Tem que se ver no terreno, [se a falta de investimento estrangeiro] é por causa dos ordenados, das leis laborais, da burocracia, dos tribunais, dos corruptos. O Governo deveria fazer um inquérito para saber porquê que é que isto acontece e depois propôr as medidas», declarou Medina Carreira.
«Agora se não se faz nada disso, se vêm um programa eleitoral que diz que a Justiça tem que ser mais rápida, bom o amigo banana dizia a mesma coisa», criticou.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
HÁ 27 ANOS
Em 3 de Agosto de 1982, numa pequena aldeia do Minho chamada Vilar de Mouros, uma banda oriunda da Irlanda, intitulada U2 fazia o seu primeiro concerto em Portugal.
Setlist:
Gloria
I Threw A Brick Through A Window
A Day Without Me
An Cat Dubh
Into The Heart
Rejoice
The Cry
The Electric Co.
I Fall Down
I Will Follow
Out Of Control
Encore:
Fire
A Celebration
11 O'Clock Tick Tock
The Ocean
Os U2 só regressariam a Portugal em 1993 com a Zoo TV tour.
Setlist:
Gloria
I Threw A Brick Through A Window
A Day Without Me
An Cat Dubh
Into The Heart
Rejoice
The Cry
The Electric Co.
I Fall Down
I Will Follow
Out Of Control
Encore:
Fire
A Celebration
11 O'Clock Tick Tock
The Ocean
Os U2 só regressariam a Portugal em 1993 com a Zoo TV tour.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
onde estão os chifres do pinho?
Parlamento sul-coreano à porrada! Alvísseras a quem encontrar os chifres do pinho! Òbviamente não houve demissões...
sobre os chifres do pinho
Ministro checo da saúde e opositor político agridem-se e insultam-se publicamente. Óbviamente não houve demissões...
sexta-feira, 17 de julho de 2009
A EXPANSAO DO VIRUS H1N1
O virus H1N1 responsável pela Gripe A está já em 81 paises, tendo provocado mortes em 16 deles.
Para uma melhor percepção de como a gripe A se espalhou pelo mundo e uma actualização constante baseada nos dados da Organização Mundial de Saúde clique aqui.
Para uma melhor percepção de como a gripe A se espalhou pelo mundo e uma actualização constante baseada nos dados da Organização Mundial de Saúde clique aqui.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
quinta-feira, 2 de julho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
verdadeiramente, a arte e um artista o que são?
"billie jean" de michael jackson, ao vivo em nova york, 2001.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
the talented and the gifted to the stage
"going to a towns" de rufus wainwright, do álbum release the stars" editado por geffen records em abril de 2007.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
sábado, 2 de maio de 2009
20 ANOS DE HISTÓRIA
No dia 2 de Maio de 1989 era editado o álbum de estreia de uma banda de Manchester chamada The Stone Roses.
O álbum com o mesmo nome da banda haveria de tornar-se um dos mais importantes discos de sempre e uma referencia para uma geração, onde me incluo.
Dar um exemplo sobre a importancia deste disco na minha vida, é dizer que ainda hoje me lembro da primeira vez que ouvi "Elephant Stone".
Ter a verdadeira noção do que este disco representa, só mesmo tendo o privilégio de viver a envolvencia onde foi criado e o que significa para as suas gentes.
Tive a oportunidade de ver os The Stone Roses duas vezes em duas semanas, e a chance de ter presenciado história, assistindo no Festival de Reading áquele que foi o concerto que decretou o fim da banda.
Este disco e os The Stone Roses fazem parte da minha da vida e influenciaram-na e continuam a influenciar de forma significtiva.
O álbum com o mesmo nome da banda haveria de tornar-se um dos mais importantes discos de sempre e uma referencia para uma geração, onde me incluo.
Dar um exemplo sobre a importancia deste disco na minha vida, é dizer que ainda hoje me lembro da primeira vez que ouvi "Elephant Stone".
Ter a verdadeira noção do que este disco representa, só mesmo tendo o privilégio de viver a envolvencia onde foi criado e o que significa para as suas gentes.
Tive a oportunidade de ver os The Stone Roses duas vezes em duas semanas, e a chance de ter presenciado história, assistindo no Festival de Reading áquele que foi o concerto que decretou o fim da banda.
Este disco e os The Stone Roses fazem parte da minha da vida e influenciaram-na e continuam a influenciar de forma significtiva.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Incrível mesmo, é como um indivíduo e todo um regime, que se compromete publicamente em arrasar Israel e o acusa de racismo, numa cimeira promovida pela UN, que para mais desenvolve um programa nuclear, fazendo em consequências letra morta o acordo de não proliferação de armas nucleares, que o mesmo Estado Iraniano assinou, no âmbito da mesma UN, ainda beneficie por parte de largos sectores internacionais, de uma benevolência política que de todo não merece!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
the talented and the gifted to the stage
"imaginary places" - por BUS DRIVER editado por Epitaph e ANTI records.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
RIR SEMPRE
sábado, 4 de abril de 2009
NUNCA É DEMAIS RELER
É este o artigo de opinião, publicado no Diário de Notícias a 3 de Março, que levou o Primeiro-Ministro a processar judicialmente o jornalista - e "ministro" deste Governo Sombra - João Miguel Tavares:
José Sócrates, o Cristo da política portuguesa
Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina. A intervenção do secretário-geral do PS na abertura do congresso do passado fim-de-semana, onde se auto-investiu de grande paladino da "decência na nossa vida democrática", ultrapassa todos os limites da cara de pau. A sua licenciatura manhosa, os projectos duvidosos de engenharia na Guarda, o caso Freeport, o apartamento de luxo comprado a metade do preço e o também cada vez mais estranho caso Cova da Beira não fazem necessariamente do primeiro-ministro um homem culpado aos olhos da justiça. Mas convidam a um mínimo de decoro e recato em matérias de moral.
José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que "quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena". Detenhamo- -nos um pouco na maravilha deste raciocínio: reparem como nele os planos do exercício do poder e do escrutínio desse exercício são intencionalmente confundidos pelo primeiro-ministro, como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro - se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? Sócrates escolheu bem os seus amigos.
Partindo invariavelmente da premissa de que todas as notícias negativas que são escritas sobre a sua excelentíssima pessoa não passam de uma campanha negra - feitas as contas, já vamos em cinco: licenciatura, projectos, Freeport, apartamento e Cova da Beira -, José Sócrates foi mais longe: "Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras." Reparem bem: não podemos "consentir". O que pretende então ele fazer para corrigir esse terrível defeito da nossa democracia? Pôr a justiça sob a sua nobre protecção? Acomodar o procurador-geral da República nos aposentos de São Bento? Devolver Pedro Silva Pereira à redacção da TVI?
À medida que se sente mais e mais acossado, José Sócrates está a ultrapassar todos os limites. Numa coisa estamos de acordo: ele tem vergonha da democracia portuguesa por ser "terreno propício para as campanhas negras"; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático. Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez."
José Sócrates, o Cristo da política portuguesa
Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina. A intervenção do secretário-geral do PS na abertura do congresso do passado fim-de-semana, onde se auto-investiu de grande paladino da "decência na nossa vida democrática", ultrapassa todos os limites da cara de pau. A sua licenciatura manhosa, os projectos duvidosos de engenharia na Guarda, o caso Freeport, o apartamento de luxo comprado a metade do preço e o também cada vez mais estranho caso Cova da Beira não fazem necessariamente do primeiro-ministro um homem culpado aos olhos da justiça. Mas convidam a um mínimo de decoro e recato em matérias de moral.
José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que "quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena". Detenhamo- -nos um pouco na maravilha deste raciocínio: reparem como nele os planos do exercício do poder e do escrutínio desse exercício são intencionalmente confundidos pelo primeiro-ministro, como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro - se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? Sócrates escolheu bem os seus amigos.
Partindo invariavelmente da premissa de que todas as notícias negativas que são escritas sobre a sua excelentíssima pessoa não passam de uma campanha negra - feitas as contas, já vamos em cinco: licenciatura, projectos, Freeport, apartamento e Cova da Beira -, José Sócrates foi mais longe: "Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras." Reparem bem: não podemos "consentir". O que pretende então ele fazer para corrigir esse terrível defeito da nossa democracia? Pôr a justiça sob a sua nobre protecção? Acomodar o procurador-geral da República nos aposentos de São Bento? Devolver Pedro Silva Pereira à redacção da TVI?
À medida que se sente mais e mais acossado, José Sócrates está a ultrapassar todos os limites. Numa coisa estamos de acordo: ele tem vergonha da democracia portuguesa por ser "terreno propício para as campanhas negras"; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático. Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez."
sexta-feira, 27 de março de 2009
we all should listen to
Não é por Dan Auerbach fazer duas páginas no suplmento de cultura do Público (vulgo Y) que hoje igualmnente aparece no feirafranca. Como frontman dos Black Keys, Dan Auerbach já há anos faz por aqui aparições, seja como sugestão musical de JAM - por onde andas, internauticamente falando? - que os introduziu aos ouvidos dos que por aqui vão dizendo umas balelas, seja como fundo musical que ilustrou episódios do Clube Beretta 2000 (em particular aquele episódio denominado de lulas grelhadas, batatas cozidas). Dirse-à que o Y vem atrasado. Se não acreditam, efectuem no cabeçalho deste blogue, uma pesquisa... Hit it man!
"Mean Monsoon" - Dan Auerbach, do álbum "keep it hid" editado por nonesuch records, em Fevereiro de 2009.
quarta-feira, 25 de março de 2009
da sabedoria milenar chinesa
"To understand China you just need to know multiplication and division. Anything multiplied by 1.3 billion makes your successes seem overwhelming. Any achievement divided by 1.3 million seems insignificant."
Zheng Bijian - porta-voz principal do ministério dos negócios estrangeiros da república popular da china, 2006.
domingo, 22 de março de 2009
E AGORA PARA ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE
Jack Peñate - Tonight's Today, out on XL Recordings on 30 March 2009.
quarta-feira, 18 de março de 2009
UMA LIÇÃO PARA OS POLITICOS PORTUGUESES
In Publico.
Abel Mateus, ex-presidente da Autoridade da Concorrência, hoje a dar aulas na Universidade de Nova Iorque, afirma que a "lógica de fazer grandes projectos, porque vai gerar emprego, é uma lógica invertida".
O que pensa das análises que olham para Portugal como um dos países que ameaçam a integridade do euro?
Já há muitos sinais de problemas. O sinal muito claro foi dado pelas agências quando reduziram o rating da República Portuguesa, bem como de outros países do Sul da Europa e da Irlanda. O problema de restrição do financiamento externo é o mais importante e complicado da economia portuguesa, actualmente.
As estatísticas dão, para finais de 2008, 106 por cento de endividamento externo em relação ao PIB, a crescer entre oito a nove pontos percentuais do PIB ao ano. Isto altera radicalmente a situação como se analisa a economia portuguesa, porque já não se pode medir a evolução do bem-estar dos portugueses e do seu rendimento em termos do PIB.
Quando se diz que o PIB cresceu um ou 1,5 por cento, não é isso que cresce o rendimento dos portugueses, porque já temos de pagar muitos juros ao exterior. No período 2005-09, embora o crescimento médio do PIB tenha sido à volta de um por cento, em termos de rendimento nacional esteve estagnado.
O PIB deixou de ser um indicador adequado?
Deixou. Deve ser em função do rendimento, porque temos já uma taxa elevada de endividamento em relação ao exterior e pagamos muito mais juros ao exterior do que recebemos de aplicações.
Falta coragem aos políticos para olhar para esse problema?
Não sei. A Irlanda era um país que tinha crescimentos de 10 por cento ao ano, mas em termos de rendimento nacional era muito menor, porque muito desse crescimento era IDE e saía muito dinheiro por repatriação de lucros, mas eles estavam muito conscientes disso.
Portugal é um Estado falido?
Não. O que este indicador nos diz é que a evolução da economia está assente no endividamento. Se não houvesse esse endividamento não era possível atingir as taxas de investimento que temos atingido e nem era possível os níveis de consumo que temos. Para o futuro, ou se altera substancialmente o modelo ou vamos bater cada vez mais nesta restrição externa. Se está a subir oito por cento ao ano, passados 10 anos são mais 80 por cento em cima dos quase 110 por cento - que é a actual taxa de endividamento sobre o rendimento - que vamos atingir no final deste ano. Se batermos lá com a cabeça, vamos ter problemas sérios.
Somos um caso potencial islandês?
É muito diferente. A Islândia tinha, em 2006, um endividamento externo de 200 por cento do PIB, é um país pequeno, de 300 mil pessoas. Um dos grandes problemas é que esse endividamento foi resultado de uma série de bancos que se endividaram muito a comprar até cadeias de supermercado no estrangeiro e com investimentos de muito baixa rentabilidade. Uma das primeiras medidas da Islândia foi vender grande parte desses activos para reduzir a dívida. Não tem muito a ver com o que se está a passar com Portugal.
Como se mede, em termos concretos, esse risco de que fala?
O excesso de financiamento externo é devido ao facto de os agentes económicos, em particular as empresas e as famílias, estarem a um ritmo de endividamento elevado. E a origem de todas as crises financeiras é o sobreendividamento. É preciso visão suficiente para não chegar à situação em que se vai preencher o cheque mas não há lá dinheiro e não se pode levantar.
Esse é um problema para que, penso, não sou só eu, mas as agências de "rating", ao baixarem o "rating", se deve chamar a atenção.
Há também uma particularidade da economia portuguesa: olha-se para a dívida pública e diz-se que não é muito elevada, mas as empresas públicas financiam-se com crédito bancário e para muitos dos grandes projectos de investimento o Estado puxa as empresas através de project finance para obterem financiamentos bancários.
É dívida desorçamentada.
É preciso analisar o endividamento de toda a economia. Se eu passar a dívida de uns agentes para outros, isso não diminui a dívida.
Para si, o endividamento é o maior factor de preocupação?
A minha principal preocupação é que a economia se desenvolva, que se retome o crescimento em Portugal, e o problema é agravado por este endividamento.
Se crescermos nos próximos 10 anos ao mesmo ritmo que a UE - o que não tem acontecido -, a dois por cento ao ano, com estes níveis de crescimento de endividamento, a cada ano, estamos a comer meio ponto percentual ao PIB. Quer dizer que, daqui a 10 anos, estamos cinco pontos mais pobres do que a Europa e vamos regressar aos níveis com que entrámos para a CEE.
O que tem falhado?
Há um problema muito grave em Portugal nos últimos anos. Não há um documento estratégico, um pensamento estratégico. Há excelentes economistas portugueses, em universidades estrangeiras, que podiam colaborar para um documento desta natureza.
Os grandes projectos públicos de investimento não estimulam a economia?
Quando se constrói uma auto-estrada, um aeroporto, o que se pensa é que o benefício do projecto é todo o emprego e as matérias-primas que se empregam quando se vai construir. Ora, isto é o custo do projecto. Nenhum empresário vai fazer uma fábrica e dizer que o benefício de fazer a fábrica foi construí-la e colocar lá as máquinas.
O benefício do projecto de uma fábrica é o rendimento que essa fábrica depois vai gerar: vai vender e vai ter as suas receitas e os seus lucros. Esse rendimento líquido vai ter de pagar os custos. Esta lógica de fazer grandes projectos porque vai gerar emprego é uma lógica invertida. O que interessa é o rendimento adicional que se vai gerar em Portugal.
Não acredita no rendimento adicional do novo aeroporto?
É uma questão de bom senso. No novo aeroporto, coloco os custos de construção de um lado, do outro vejo se vou gerar rendimentos suficientes, porque há aqui um custo de oportunidade: esses recursos estão colocados no aeroporto, não caem do céu, e com esses recursos podia construir outras coisas, complexos turísticos, fábricas, escritórios etc.
Qual o rendimento gerado pelo novo aeroporto? O existente (Portela) está ainda longe de ter a capacidade totalmente utilizada. Se formos ao aeroporto de Heathrow, Londres, Chicago, há praticamente um avião a baixar de minuto a minuto e o movimento de Lisboa não tem qualquer comparação.
Uma professora do IST, que fez um estudo dos aeroportos europeus, concluiu que o aeroporto português podia aumentar a sua utilização à volta de 30 por cento se fosse eficientemente utilizado. Portanto, em primeiro lugar, temos de utilizar da melhor maneira possível o que temos. E daqui a quantos anos vai duplicar ou triplicar a procura dos serviços aeroportuários? Não sei, mas tenho muitas dúvidas.
Abel Mateus, ex-presidente da Autoridade da Concorrência, hoje a dar aulas na Universidade de Nova Iorque, afirma que a "lógica de fazer grandes projectos, porque vai gerar emprego, é uma lógica invertida".
O que pensa das análises que olham para Portugal como um dos países que ameaçam a integridade do euro?
Já há muitos sinais de problemas. O sinal muito claro foi dado pelas agências quando reduziram o rating da República Portuguesa, bem como de outros países do Sul da Europa e da Irlanda. O problema de restrição do financiamento externo é o mais importante e complicado da economia portuguesa, actualmente.
As estatísticas dão, para finais de 2008, 106 por cento de endividamento externo em relação ao PIB, a crescer entre oito a nove pontos percentuais do PIB ao ano. Isto altera radicalmente a situação como se analisa a economia portuguesa, porque já não se pode medir a evolução do bem-estar dos portugueses e do seu rendimento em termos do PIB.
Quando se diz que o PIB cresceu um ou 1,5 por cento, não é isso que cresce o rendimento dos portugueses, porque já temos de pagar muitos juros ao exterior. No período 2005-09, embora o crescimento médio do PIB tenha sido à volta de um por cento, em termos de rendimento nacional esteve estagnado.
O PIB deixou de ser um indicador adequado?
Deixou. Deve ser em função do rendimento, porque temos já uma taxa elevada de endividamento em relação ao exterior e pagamos muito mais juros ao exterior do que recebemos de aplicações.
Falta coragem aos políticos para olhar para esse problema?
Não sei. A Irlanda era um país que tinha crescimentos de 10 por cento ao ano, mas em termos de rendimento nacional era muito menor, porque muito desse crescimento era IDE e saía muito dinheiro por repatriação de lucros, mas eles estavam muito conscientes disso.
Portugal é um Estado falido?
Não. O que este indicador nos diz é que a evolução da economia está assente no endividamento. Se não houvesse esse endividamento não era possível atingir as taxas de investimento que temos atingido e nem era possível os níveis de consumo que temos. Para o futuro, ou se altera substancialmente o modelo ou vamos bater cada vez mais nesta restrição externa. Se está a subir oito por cento ao ano, passados 10 anos são mais 80 por cento em cima dos quase 110 por cento - que é a actual taxa de endividamento sobre o rendimento - que vamos atingir no final deste ano. Se batermos lá com a cabeça, vamos ter problemas sérios.
Somos um caso potencial islandês?
É muito diferente. A Islândia tinha, em 2006, um endividamento externo de 200 por cento do PIB, é um país pequeno, de 300 mil pessoas. Um dos grandes problemas é que esse endividamento foi resultado de uma série de bancos que se endividaram muito a comprar até cadeias de supermercado no estrangeiro e com investimentos de muito baixa rentabilidade. Uma das primeiras medidas da Islândia foi vender grande parte desses activos para reduzir a dívida. Não tem muito a ver com o que se está a passar com Portugal.
Como se mede, em termos concretos, esse risco de que fala?
O excesso de financiamento externo é devido ao facto de os agentes económicos, em particular as empresas e as famílias, estarem a um ritmo de endividamento elevado. E a origem de todas as crises financeiras é o sobreendividamento. É preciso visão suficiente para não chegar à situação em que se vai preencher o cheque mas não há lá dinheiro e não se pode levantar.
Esse é um problema para que, penso, não sou só eu, mas as agências de "rating", ao baixarem o "rating", se deve chamar a atenção.
Há também uma particularidade da economia portuguesa: olha-se para a dívida pública e diz-se que não é muito elevada, mas as empresas públicas financiam-se com crédito bancário e para muitos dos grandes projectos de investimento o Estado puxa as empresas através de project finance para obterem financiamentos bancários.
É dívida desorçamentada.
É preciso analisar o endividamento de toda a economia. Se eu passar a dívida de uns agentes para outros, isso não diminui a dívida.
Para si, o endividamento é o maior factor de preocupação?
A minha principal preocupação é que a economia se desenvolva, que se retome o crescimento em Portugal, e o problema é agravado por este endividamento.
Se crescermos nos próximos 10 anos ao mesmo ritmo que a UE - o que não tem acontecido -, a dois por cento ao ano, com estes níveis de crescimento de endividamento, a cada ano, estamos a comer meio ponto percentual ao PIB. Quer dizer que, daqui a 10 anos, estamos cinco pontos mais pobres do que a Europa e vamos regressar aos níveis com que entrámos para a CEE.
O que tem falhado?
Há um problema muito grave em Portugal nos últimos anos. Não há um documento estratégico, um pensamento estratégico. Há excelentes economistas portugueses, em universidades estrangeiras, que podiam colaborar para um documento desta natureza.
Os grandes projectos públicos de investimento não estimulam a economia?
Quando se constrói uma auto-estrada, um aeroporto, o que se pensa é que o benefício do projecto é todo o emprego e as matérias-primas que se empregam quando se vai construir. Ora, isto é o custo do projecto. Nenhum empresário vai fazer uma fábrica e dizer que o benefício de fazer a fábrica foi construí-la e colocar lá as máquinas.
O benefício do projecto de uma fábrica é o rendimento que essa fábrica depois vai gerar: vai vender e vai ter as suas receitas e os seus lucros. Esse rendimento líquido vai ter de pagar os custos. Esta lógica de fazer grandes projectos porque vai gerar emprego é uma lógica invertida. O que interessa é o rendimento adicional que se vai gerar em Portugal.
Não acredita no rendimento adicional do novo aeroporto?
É uma questão de bom senso. No novo aeroporto, coloco os custos de construção de um lado, do outro vejo se vou gerar rendimentos suficientes, porque há aqui um custo de oportunidade: esses recursos estão colocados no aeroporto, não caem do céu, e com esses recursos podia construir outras coisas, complexos turísticos, fábricas, escritórios etc.
Qual o rendimento gerado pelo novo aeroporto? O existente (Portela) está ainda longe de ter a capacidade totalmente utilizada. Se formos ao aeroporto de Heathrow, Londres, Chicago, há praticamente um avião a baixar de minuto a minuto e o movimento de Lisboa não tem qualquer comparação.
Uma professora do IST, que fez um estudo dos aeroportos europeus, concluiu que o aeroporto português podia aumentar a sua utilização à volta de 30 por cento se fosse eficientemente utilizado. Portanto, em primeiro lugar, temos de utilizar da melhor maneira possível o que temos. E daqui a quantos anos vai duplicar ou triplicar a procura dos serviços aeroportuários? Não sei, mas tenho muitas dúvidas.
sábado, 14 de março de 2009
SÓ PARA OS MAIS REVIVALISTAS
Em que eu não me incluo.
Esta semana dois dos maiores artistas de todos os tempos, há que reconhece-lo, foram noticia.
Paul McCartney conseguiu esgotar um concerto para 4.000 pessoas em Las Vegas em algo como uns significantes 7, isso mesmo sete, segundos.
Michael Jackson voltou ao mundo dos vivos para anunciar aqueles que seriam os últimos10 concertos da sua carreira, todos na arena O2 em Londres. Três dias mais tarde, as 10 datas tinham-se transformado em 50 e completamente esgotadas. Mais de um milhão de bilhetes vendidos...
Esta semana dois dos maiores artistas de todos os tempos, há que reconhece-lo, foram noticia.
Paul McCartney conseguiu esgotar um concerto para 4.000 pessoas em Las Vegas em algo como uns significantes 7, isso mesmo sete, segundos.
Michael Jackson voltou ao mundo dos vivos para anunciar aqueles que seriam os últimos10 concertos da sua carreira, todos na arena O2 em Londres. Três dias mais tarde, as 10 datas tinham-se transformado em 50 e completamente esgotadas. Mais de um milhão de bilhetes vendidos...
terça-feira, 10 de março de 2009
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
cão de água português
Para mal dos nossos pecados, será um cão de água português. As filhas do casal Obama, aparentemente, fizeram a sua escolha e o pai cumprirá a sua promessa, comprando-lhes um cão de água português. E nos próximos tempos, não faltará tempo de antena para o facto. Inundarão as nossas casas com explicações, reportagens e ligações em directo com os correspondentes em Washington, eles próprios tornados especialistas de criação canina e respectivos cruzamentos, que dissertarão sobre os porquês e os comos desta bendita circunstância, que amacia como o mel o nosso sentido patriótico. Não tardará muito e a desorientação governativa, também se pronunciará exultada, sobre os benefícios que resultam para o prestígio nacional, do canídeo apanhador de sardinhas made in Portugal! Adivinho: daqui para a frente, será o Moose ou o Frank (as meninas Obama, ainda não se decidiram pelo nome do canídeo) e o Cristiano Ronaldo, o conjunto inspirador da pátria… Vai Boby! Apanha, apanha....
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O CHIP
O 'chip' da polémica, afinal, não vai ser um 'chip', mas sim um pequeno aparelho que se coloca no pára-brisas do carro. Surpreso? É natural. É que a polémica acerca do novo instrumento de pagamento de portagens, agora criado pelo Governo, tem deixado muita informação prática por explicar. Para dar uma primeira ajuda, e ficar a saber tudo sobre o 'chip' - que não o é - o Diário Económico enviou várias questões práticas ao Ministério das Obras Públicas. Aqui ficam todas as respostas.
*1. QUEM VAI TER DE USAR O 'CHIP'?*
Todos os proprietários de veículos automóveis, reboques, motociclos e triciclos autorizados a circular em auto-estradas e vias equiparadas têm que instalar o Dispositivo Electrónico de Matrícula (DEM) nos respectivos carros.
*2. QUANTO VAIS CUSTAR?*
O DEM vai ser gratuito nos primeiros seis meses (o prazo conta a partir da entrada em vigor da Portaria, daqui a dois meses, mais ou menos). Depois, o preço irá de dez a 15 euros.
*3. QUANDO ENTRA EM FUNCIONAMENTO?*
Entra em funcionamento após a publicação da Portaria Regulamentar. Na prática, é dado um ano para a adaptação de todos os carros, sendo que só nos primeiros seis meses o dispositivo será gratuito.
*4. QUEM O INSTALARÁ NOS CARROS?*
Os proprietários ou respectivos titulares, no caso dos carros em circulação (à semelhança do que acontece com a Via Verde). No caso de carros novos, a responsabilidade é dos representantes oficiais das marcas (quer isto dizer que um carro novo já traz o DEM).
*5. QUE PENALIZAÇÕES ESTÃO PREVISTAS NA LEI?*
A não existência do DEM na viatura, a partir do momento em que se torne obrigatório (um ano após a entrada em vigor da Portaria Regulamentar), equivale para efeitos do Código da Estrada à ausência da chapa de matrícula - com multas de 600 a 3000 euros.
*6. COMO FUNCIONA? É COMO A VIA VERDE?*
O DEM é um identificador electrónico que adopta um formato e uma tecnologia em tudo semelhantes ao conhecido identificador Via Verde. Os princípios de funcionamento são em tudo semelhantes aos princípios de cobrança electrónica através da Via Verde, mas adoptando um conjunto de regras suplementares que garantem o anonimato do utente, se este assim o entender.
*7. SERVE NAS PORTAGENS NORMAIS?*
Sim. Com este dispositivo poderão pagar-se todas as portagens, recorrendo à via reservada à cobrança electrónica.
*8. QUEM FISCALIZARÁ A UTILIZAÇÃO?*
As autoridades policiais fiscalizarão, nos termos do Código da Estrada, a instalação do aparelho nos carros. Nas inspecções periódicas, os Centros de Inspecção Técnica de Veículos controlarão o funcionamento técnico do aparelho.
*9. QUEM VAI FAZER O 'CHIP'?*
Os DEM serão produzidos pelas entidades que já fazem os dispositivos da Via Verde e similares. Não está excluída a possibilidade de produção nacional do DEM.
*10. E QUEM, E ONDE, SE COMERCIALIZA?*
Será distribuído pelas entidades de cobrança de portagem (tipo Via Verde) e pelos CTT no caso dos carros em circulação. No caso de automóveis novos serão os representantes oficiais das marcas a adquiri-los.
*11. OS QUE JÁ TÊM VIA VERDE TAMBÉM SÃO OBRIGADOS A INSTALAR UM ' CHIP '?*
Se o titular do contrato Via Verde não se opuser, o seu identificador será convertido automaticamente em dispositivo electrónico de matrícula.
*12. AS AUTO-ESTRADAS DEIXAM DE TER PORTAGEIROS?*
As auto-estradas continuarão a ter portageiros como até aqui.
*1. QUEM VAI TER DE USAR O 'CHIP'?*
Todos os proprietários de veículos automóveis, reboques, motociclos e triciclos autorizados a circular em auto-estradas e vias equiparadas têm que instalar o Dispositivo Electrónico de Matrícula (DEM) nos respectivos carros.
*2. QUANTO VAIS CUSTAR?*
O DEM vai ser gratuito nos primeiros seis meses (o prazo conta a partir da entrada em vigor da Portaria, daqui a dois meses, mais ou menos). Depois, o preço irá de dez a 15 euros.
*3. QUANDO ENTRA EM FUNCIONAMENTO?*
Entra em funcionamento após a publicação da Portaria Regulamentar. Na prática, é dado um ano para a adaptação de todos os carros, sendo que só nos primeiros seis meses o dispositivo será gratuito.
*4. QUEM O INSTALARÁ NOS CARROS?*
Os proprietários ou respectivos titulares, no caso dos carros em circulação (à semelhança do que acontece com a Via Verde). No caso de carros novos, a responsabilidade é dos representantes oficiais das marcas (quer isto dizer que um carro novo já traz o DEM).
*5. QUE PENALIZAÇÕES ESTÃO PREVISTAS NA LEI?*
A não existência do DEM na viatura, a partir do momento em que se torne obrigatório (um ano após a entrada em vigor da Portaria Regulamentar), equivale para efeitos do Código da Estrada à ausência da chapa de matrícula - com multas de 600 a 3000 euros.
*6. COMO FUNCIONA? É COMO A VIA VERDE?*
O DEM é um identificador electrónico que adopta um formato e uma tecnologia em tudo semelhantes ao conhecido identificador Via Verde. Os princípios de funcionamento são em tudo semelhantes aos princípios de cobrança electrónica através da Via Verde, mas adoptando um conjunto de regras suplementares que garantem o anonimato do utente, se este assim o entender.
*7. SERVE NAS PORTAGENS NORMAIS?*
Sim. Com este dispositivo poderão pagar-se todas as portagens, recorrendo à via reservada à cobrança electrónica.
*8. QUEM FISCALIZARÁ A UTILIZAÇÃO?*
As autoridades policiais fiscalizarão, nos termos do Código da Estrada, a instalação do aparelho nos carros. Nas inspecções periódicas, os Centros de Inspecção Técnica de Veículos controlarão o funcionamento técnico do aparelho.
*9. QUEM VAI FAZER O 'CHIP'?*
Os DEM serão produzidos pelas entidades que já fazem os dispositivos da Via Verde e similares. Não está excluída a possibilidade de produção nacional do DEM.
*10. E QUEM, E ONDE, SE COMERCIALIZA?*
Será distribuído pelas entidades de cobrança de portagem (tipo Via Verde) e pelos CTT no caso dos carros em circulação. No caso de automóveis novos serão os representantes oficiais das marcas a adquiri-los.
*11. OS QUE JÁ TÊM VIA VERDE TAMBÉM SÃO OBRIGADOS A INSTALAR UM ' CHIP '?*
Se o titular do contrato Via Verde não se opuser, o seu identificador será convertido automaticamente em dispositivo electrónico de matrícula.
*12. AS AUTO-ESTRADAS DEIXAM DE TER PORTAGEIROS?*
As auto-estradas continuarão a ter portageiros como até aqui.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
GLOBALIZAÇÃO?
45 futebolistas portugueses actuam no campeonato do Chipre.
Os portugueses representam 13,2 por cento do total (340) de jogadores inscritos no campeonato.
12 das 14 equipas que disputam o campeonato têm jogadores portugueses.
Os portugueses representam 13,2 por cento do total (340) de jogadores inscritos no campeonato.
12 das 14 equipas que disputam o campeonato têm jogadores portugueses.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
BRIT AWARDS 2009
"Duffy was presented the BRIT Award for the best british album for her debut album Rockferry by fellow countryman Welsh musical legend Tom Jones.
Rockferry was named the British album of the year over Coldplay’s ‘Viva La Vida or Death and All His Friends’, The Ting Tings’ ‘We Started Nothing’, Elbow’s ‘The Seldom Seen Kid’ and Radiohead’s ‘In Rainbows’".
Curiosamente todas estas bandas já passaram pelo FeiraFranca recentemente.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
WHICH STAGE? MINE
Segundo single do novo álbum de Lily Allen 'It's Not Me, It's You', editado no passado dia 9 de Fevereiro.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
we all should listen to
M. Ward "requiem" do álbum "post-war" editado por 4AD na europa em Agosto de 2006. Vídeo realizado por Santi G. Aguado, cinematografado por Jose Luis Pulido.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
TENTATIVA
Diz a imprensa que nos bastidores dos recentes Grammys, Paris Hilton dirigiu-se a Sir Paul McCartney e convidou-o a gravar um dueto com ela.
Os relatos referem que Sir Paul achou bastante piada ao convite e disse-lhe que tinha que verificar a sua agenda.
Ninguém pode acusar a "piquena" de nao ter tentado.
Os relatos referem que Sir Paul achou bastante piada ao convite e disse-lhe que tinha que verificar a sua agenda.
Ninguém pode acusar a "piquena" de nao ter tentado.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Está bem... façamos de conta por Mário Crespo in JN
Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Salvem os autarcas
Os autarcas sentem que a actual conjuntura económica é má. Ficam muito preocupados com as próximas eleições, porque podem ficar desempregados. Assim, preparam-se para gastar imenso do nosso dinheiro para ganharem as próximas eleições autárquicas, para poderem passar os próximos anos a gastar mais do nosso dinheiro pagando os seus salários. Tony Carreira e os Xutos vão ter um ano em cheio!
O estilo inglês
Há grande desperdício de dinheiro quando se alarga uma autoestrada para ter mais do que 2 faixas, porque as pessoas escolhem sempre as que ficam mais à esquerda. Às vezes penso que os portugueses estavam bem a guiar em Inglaterra.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
... da terra, com os edifícios
centro de artes, casa das mudas, calheta - madeira
arquitectura portuguesa contemporânea
arquitectura portuguesa contemporânea
To have the opportunity to photograph one of the most recognized and distinguished projects of national architecture in recent years is, above all, an enormous privilege. In the Center for the Arts, I encountered images that reflect the form through which I see architecture and the manner in which I like to safeguard such images.
To look at a work is above all a voluntary act and one of critical selection. Only afterwards can we actually move closer and situate ourselves in relation to it. Even if never absolutely dominating the view shot, the photographic eye is always and above all the realization of a particular way of seeing. These photographs are a visible part of a personal register that seeks to be an instrument for understanding reality.
From my experience at the Center for the Arts, I have retained the constant surprise and emotion of one who discovers a new work. What remains are the memory of the unexpected angles, the cut of the volumes against the loaming landscape, the frames resting on the interior light, the strength of the texture and richness of the stone, the confrontations between the opaque darkness and the transparent light of the glass.
The lasting sensation is that in some of these images everything seems to have prepared itself to be photographed, as if the Center for the Arts were waiting for a glance that would recognize and reveal its pose. Perhaps this is simply a furtive glance of one person's short stay in Calheta. I hope to return shortly.
Centro de Artes - Casa das Mudas, Calheta - Madeira
projecto de arquitectura por Paulo David.
The following images and text are courtesy FS + SG Fotografia de Arquitectura for Paulo David's Centro das Artes Casa das Mudas on Portugal's Madeira island. The text below is excerpted from photographer Fernando Guerra's essay, "A Short Stay" in Centro das Artes Casa das Mudas. Click on images at left for larger color views. [Google Earth link]
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
proteccionismo
Há quem continue a dizer cobras e lagartos da globalização. De uma forma geral, é gente que ainda não se recompôs da queda ideológica sofrida há bastantes anos atrás, quando os sistemas políticos e económicos alternativos àquele que hoje é dominante, não sobreviveram à queda de um muro – ele próprio, símbolo há muito instituído da incapacidade dos sistemas comunistas e derivados, de propiciarem às populações que dominavam, senão a liberdade, pelo menos o bem estar social e económico, que as impedisse de se mandarem dali para fora.
Contudo, os ainda aduladores de quimeras totalitárias caídas em desgraça, ganham agora um outro e já velho conhecido aliado, para que se sintam ainda mais revigorados, no seu azedume radicalizado para com o capital. O novo protagonista – ainda que desprezando a argumentação cocktail molotov dos radicais anti-globalização – será seguramente um reforço de peso, para aqueles poucos radicalizadores que ainda se atrevem a esgrimir sequências gramaticais como argumento, em vez de, mais prosaicamente, se dedicarem ao vandalismo e à destruição urbana.
Aparentemente, a coberto da crise financeira, o proteccionismo, a autarcia económica, voltou a estar na moda e esse será o novo e grande aliado dos órfãos das utopias!
Primeiro, eram sinais que se adivinhavam e temiam (falhanço do Uruguai round), mas que se tornaram ainda mais escancarados, com alguns dos propósitos económicos da nova adminstração Obama – ele eleito pelo partido Democrático que, com D. Roosevelt e Harry Truman, tinha lançado as bases ideológicas e institucionais de um mundo partilhando valores democráticos comuns, assentes na prosperidade económica das nações, decorrente das denominadas vantagens comparativas em ambiente de comércio livre, conforme o aforismo económico clássico, desse judeu de origem portuguesa David Ricardo.
Não bastava assim, a denominada “buy american clause” pela qual a adminstração Obama, pretende circunscrever a aquisição de matéria prima aos Estados Unidos, deixando de lado todos os outros, nomeadamente os países africanos, para os avultados investimentos anunciados pela nova administração; nem bastavam os incentivos que a mesma Administração dará àqueles que optarem por manter as respectivas linhas de produção no seu país, renunciando a vantagens de alocação de investimento propiciadas por países terceiros; não bastava a revisão do denominado NAFTA e das respectivas relações com o Mercosul, visando a criação de um único mercado americano; nem bastava a nova guerra aberta pelo novo secretário de estado do tesouro com a China, a propósito da desvalorização artificiosa que o governo chinês sistematicamente opera (pelo dólar) da sua moeda, o yuan.
Sejam quais sejam os desenvolvimentos que o novo protecionismo assuma, uma coisa me parece clara: serão os países mais pobres e as respectivas populações (nomeadamente as agrícolas) que mais sofrerão com esta nova esquizofrenia económica das costas voltadas, pois serão eles que mais dificuldades sentirão em continuar a aceder aos mercados de maior rendimento, algo que, de uma maneira mais justa ou menos justa, sempre iria sendo permitido por um mercado verdadeiramente global. Se a crise mundial não ajudava, esta deriva proteccionista assumida pela nova Administração Obama, tornará ainda mais difícil a vida para aqueles países aonde o sedimento de uma certa desenvoltura económica, onde a qualificação e novos empregos, começava a tomar forma…
... não podem estar mais contentes os vândalos e os panfletários anti-globalização, pois simplesmente o que pretendem, é ver tudo aquilo que existe, pegando fogo!
Contudo, os ainda aduladores de quimeras totalitárias caídas em desgraça, ganham agora um outro e já velho conhecido aliado, para que se sintam ainda mais revigorados, no seu azedume radicalizado para com o capital. O novo protagonista – ainda que desprezando a argumentação cocktail molotov dos radicais anti-globalização – será seguramente um reforço de peso, para aqueles poucos radicalizadores que ainda se atrevem a esgrimir sequências gramaticais como argumento, em vez de, mais prosaicamente, se dedicarem ao vandalismo e à destruição urbana.
Aparentemente, a coberto da crise financeira, o proteccionismo, a autarcia económica, voltou a estar na moda e esse será o novo e grande aliado dos órfãos das utopias!
Primeiro, eram sinais que se adivinhavam e temiam (falhanço do Uruguai round), mas que se tornaram ainda mais escancarados, com alguns dos propósitos económicos da nova adminstração Obama – ele eleito pelo partido Democrático que, com D. Roosevelt e Harry Truman, tinha lançado as bases ideológicas e institucionais de um mundo partilhando valores democráticos comuns, assentes na prosperidade económica das nações, decorrente das denominadas vantagens comparativas em ambiente de comércio livre, conforme o aforismo económico clássico, desse judeu de origem portuguesa David Ricardo.
Não bastava assim, a denominada “buy american clause” pela qual a adminstração Obama, pretende circunscrever a aquisição de matéria prima aos Estados Unidos, deixando de lado todos os outros, nomeadamente os países africanos, para os avultados investimentos anunciados pela nova administração; nem bastavam os incentivos que a mesma Administração dará àqueles que optarem por manter as respectivas linhas de produção no seu país, renunciando a vantagens de alocação de investimento propiciadas por países terceiros; não bastava a revisão do denominado NAFTA e das respectivas relações com o Mercosul, visando a criação de um único mercado americano; nem bastava a nova guerra aberta pelo novo secretário de estado do tesouro com a China, a propósito da desvalorização artificiosa que o governo chinês sistematicamente opera (pelo dólar) da sua moeda, o yuan.
Sejam quais sejam os desenvolvimentos que o novo protecionismo assuma, uma coisa me parece clara: serão os países mais pobres e as respectivas populações (nomeadamente as agrícolas) que mais sofrerão com esta nova esquizofrenia económica das costas voltadas, pois serão eles que mais dificuldades sentirão em continuar a aceder aos mercados de maior rendimento, algo que, de uma maneira mais justa ou menos justa, sempre iria sendo permitido por um mercado verdadeiramente global. Se a crise mundial não ajudava, esta deriva proteccionista assumida pela nova Administração Obama, tornará ainda mais difícil a vida para aqueles países aonde o sedimento de uma certa desenvoltura económica, onde a qualificação e novos empregos, começava a tomar forma…
... não podem estar mais contentes os vândalos e os panfletários anti-globalização, pois simplesmente o que pretendem, é ver tudo aquilo que existe, pegando fogo!
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
a bíblia de lincoln
Obama jurou como Presidente sobre a Bíblia, na qual o mesmo juramento havia sido prestado por Abraham Lincoln. E muito mais do que a raça do novo Presidente dos Estados Unidos, há uma dimensão moral, valorativa, que é reafirmada por esse mesmo gesto, repetido sobre o livro dos livros outrora pertença de Abraham Lincoln: a afirmação dos Estados Unidos da América, como terra de liberdade, de afirmação pessoal e de dignidade de todos os homens perante Deus, independentemente da sua raça, ou do seu credo, da sua riqueza ou sabedoria. Foi essa, a profunda convicção de Abraham Lincoln, o primeiro Presidente Republicano dos Estados Unidos da América, que na incapacidade de fazer valer semelhantes princípios em todo o território (no Sul esclavagista e Democrático) não vacilou em conduzir um país à guerra civil, para que de uma vez por todas, essa dignidade de todos perante Deus e os Homens, pudesse constituir o princípio fundador e efectivo de toda uma Nação.
Foi essa a batalha de Lincoln e do partido Republicano, pela qual pagou com a sua vida, mas que permitiu que, quase 150 ano depois, um Presidente negro jurasse sobre as mesmas páginas do símbolo da fé, sobre as quais, aquele Lincoln jurara defender, com a ajuda de Deus, a igual dignidade dos Homens.
E foi sobretudo isso que mobilizou a América: a possibilidade de em Obama, ver novamente validados os mitos e princípios fundadores de todo um país. Foi a guerra civil 1861-1864, que para sempre determinou o caminho político da Nação Americana. E esse é o momento chave na histórica do mundo, que permitiu que todo ele agora se emocionasse nos valores e na dimensão histórica do juramento de Obama. Este, numa lição de profunda humildade e de compreensão da história e do papel que para sempre simbolizará na mesma, chamou aquela Bíblia de Lincoln e sobre ela voltou a jurar a sua defesa, para que o homem que o precedeu nos valores que Obama simboliza, pudesse finalmente sentir a grandeza das convicções e das ideias pelas quais, pagou com a própria vida.
A América emocionada nesse simples gesto, na sua simbologia, acreditou uma vez mais na sua genuína grandeza política e no futuro democrático do mundo.
May God continue to bless América!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
WHICH STAGE? MINE
O álbum de estreia dos White Lies foi editado ontem e é ja apontado como um dos melhores primeiros álbums de uma banda de sempre.
As comparacoes são várias e vão desde Editors, Arcade Fire, Interpol, The Killers, Echo & the Bunnymen, ou mesmo os novos Joy Division.
Definitivamente um álbum a comprar.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
uma vã esperança na pop
É. Este blogue já vai acumulando anos. E por isso torna-se já necessário fazer uma pesquisa para encontrar assuntos sobre os quais já faláramos, pois o tempo dispersou a sua memória. O resultado da pesquisa era este e decorre da publicação do novo álbum dos notwist “the devil you + me”. Depois destes anos – e de alguns posts sobre estes alemães absolutamente geniais – eis que são eles que reactualizam a minha vã esperança na pop. Tudo o resto que se ouve, ou é patético ou é estafado até ás tripas! Que soem apenas os notwist e que o universo da pop seja apenas o seu “gloomy planet”, perdendo-se tudo o resto, para um buraco negro…
"gloomy planets" - the notwist, do álbum "the devil you+me" editado por domino records, em Outubro de 2008.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
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