E por vezes as noites duram meses,
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos,
nunca mais são os mesmos. E por vezes,
encontramos de nós em poucos meses,
o que a noite nos fez em muitos anos.
E por vezes fingimos que nos lembramos,
E por vezes lembramos que por vezes,
ao tomarmos o gosto aos oceanos,
só o sarro das noites, não dos meses,
lá no fundo dos copos encontramos.
E por vezes sorrimos ou choramos,
E por vezes, por vezes ah, por vezes,
num segundo se evolam tantos anos.
David Mourão Ferreira.
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