Não estou do lado dos que diabolizam o capitalismo. Pelo contrário, estou do lado daqueles que nele continuam a acreditar, apesar da crise. E por uma razão simples: apesar de toda a retórica incendiária sobre os especuladores, os banqueiros, as bolsas, o crédito e particularmente, os estados-unidos e os americanos, não há, da parte daqueles que assim vão ladrando e do barulho que produzem, qualquer proposta alternativa que substitua credivelmente, esta caravana que passa – e essa é, ainda e apenas, a do capitalismo e da livre iniciativa económica.
Tal contudo, não significa que não se devam retirar lições e proceder a ajustamentos, assim a crise o permita. E isso, sempre o capitalismo o percebeu. Quando Nelson Rockefeller pelas sucessivas aquisições, tornou o mercado num monopólio (o seu monopólio), prejudicando a livre iniciativa e os mecanismos necessários à livre formação do preço, logo o Estado interveio na regulamentação da respectiva actividade, introduzindo as alterações legislativas necessárias ao restabelecimento de um mercado atomizado. Bill Gates e a Microsoft foram, de resto, objecto de recente sanção económica, tendo por base aqueles mesmos princípios estabelecidos aquando da pujança económica de Rockefeller e distorção de mercado por ele produzida.
Isto para dizer, que, igualmente, o capitalismo e o mercado, saberão retirar as lições necessárias da presente crise. E essas lições serão retiradas, na medida em que haja a honestidade de não explicar a presente crise, com os fundamentos e as diatribes daqueles que ideologicamente, sempre lançaram os cães à economia de mercado e que se resumem a espumarem da boca, impropérios aos já ditos especuladores, banqueiros, bolsistas e neo-liberais. O curioso de tudo e que está muito além desse primarismo intelectual anti-capital, é o facto de o próprio liberalismo, enquanto escola económica, fornecer os elementos e enquadramentos necessários à crise.
Tal contudo, não significa que não se devam retirar lições e proceder a ajustamentos, assim a crise o permita. E isso, sempre o capitalismo o percebeu. Quando Nelson Rockefeller pelas sucessivas aquisições, tornou o mercado num monopólio (o seu monopólio), prejudicando a livre iniciativa e os mecanismos necessários à livre formação do preço, logo o Estado interveio na regulamentação da respectiva actividade, introduzindo as alterações legislativas necessárias ao restabelecimento de um mercado atomizado. Bill Gates e a Microsoft foram, de resto, objecto de recente sanção económica, tendo por base aqueles mesmos princípios estabelecidos aquando da pujança económica de Rockefeller e distorção de mercado por ele produzida.
Isto para dizer, que, igualmente, o capitalismo e o mercado, saberão retirar as lições necessárias da presente crise. E essas lições serão retiradas, na medida em que haja a honestidade de não explicar a presente crise, com os fundamentos e as diatribes daqueles que ideologicamente, sempre lançaram os cães à economia de mercado e que se resumem a espumarem da boca, impropérios aos já ditos especuladores, banqueiros, bolsistas e neo-liberais. O curioso de tudo e que está muito além desse primarismo intelectual anti-capital, é o facto de o próprio liberalismo, enquanto escola económica, fornecer os elementos e enquadramentos necessários à crise.
Quem leia os clássicos liberais – e estou a falar de Adam Smith, David Ricardo ou David Hume e não de qualquer vulgar esquerdista contemporâneo, do bloco de esquerda ou do ps, que agora se arroga ao direito de ser também um Liberal – sabe que qualquer deles (os Liberais Históricos e não os da moda) reserva um papel ao Estado: o de ser regulamentador, o de criar os mecanismos legais ou económicos, que permitam a livre concorrência, a livre iniciativa e a livre formação de preços e nessa medida, permitam um mercado atomizado, longe das distorções e do irracionalismo económico. O Estado permitirá que seja o indivíduo e apenas ele, o verdadeiro protagonista da iniciativa económica. Por isso, a necessidade de regulamentação de que tanto se fala, remete-nos ainda e sempre, para os princípios liberais, cuja morte, por estes dias, todos anunciam.
Mais curioso ainda, é o facto de o próprio neo-liberalismo ter uma explicação, ou um princípio de explicação, para aquilo que presentemente vivemos: o facto de o JURO, durante anos a fio, se ter mantido a níveis historicamente baixos, e de tal ter permitido que muitos agentes económicos, se tornassem actores no mercado (global), sem que muitos deles tivessem a capacidade, o conhecimento e o domínio efectivo das matérias que constituíam a essência da respectiva actividade (para não dizer, a estrutura financeira). Esses mesmos protagonistas económicos, foram–se mantendo e tornando-se cada vez mais visíveis, porque aquilo que determinou ou esteve na base do desenvolvimento da respectiva actividade - a posssibilidade de acesso ao crédito barato - tornava tolerável a sua consideração como elemento económico racional. O crédito barato – porque o juro era artificialmente mantido pela intervenção dos Bancos Centrais e pelo domínio que os mesmos exerciam (e exercem) sobre o volume monetário em circulação – corroeu a própria credibilidade do mercado e a racionalidade suposta nos respectivos agentes, sem que em algum momento aquele juro reflectisse o conjunto de riscos económicos que ao longe se adensavam, à medida em que, mais e mais agentes e mecanismos descredibilizados tomavam o respectivo lugar na economia global.
De onde resulta a conclusão – já adiantada por alguns – que esta intervenção estadual, através das sua garantias e avais, vai permitir ainda que muitos que, comprovadamente, não deveriam ter-se estabelecido economicamente e que não foram objecto de "limpeza" por força da subida do juro, por aí irão manter-se, apesar da manifesta incapacidade no domínio da decisão económica e respectiva racionalidade.
Mais curioso ainda, é o facto de o próprio neo-liberalismo ter uma explicação, ou um princípio de explicação, para aquilo que presentemente vivemos: o facto de o JURO, durante anos a fio, se ter mantido a níveis historicamente baixos, e de tal ter permitido que muitos agentes económicos, se tornassem actores no mercado (global), sem que muitos deles tivessem a capacidade, o conhecimento e o domínio efectivo das matérias que constituíam a essência da respectiva actividade (para não dizer, a estrutura financeira). Esses mesmos protagonistas económicos, foram–se mantendo e tornando-se cada vez mais visíveis, porque aquilo que determinou ou esteve na base do desenvolvimento da respectiva actividade - a posssibilidade de acesso ao crédito barato - tornava tolerável a sua consideração como elemento económico racional. O crédito barato – porque o juro era artificialmente mantido pela intervenção dos Bancos Centrais e pelo domínio que os mesmos exerciam (e exercem) sobre o volume monetário em circulação – corroeu a própria credibilidade do mercado e a racionalidade suposta nos respectivos agentes, sem que em algum momento aquele juro reflectisse o conjunto de riscos económicos que ao longe se adensavam, à medida em que, mais e mais agentes e mecanismos descredibilizados tomavam o respectivo lugar na economia global.
De onde resulta a conclusão – já adiantada por alguns – que esta intervenção estadual, através das sua garantias e avais, vai permitir ainda que muitos que, comprovadamente, não deveriam ter-se estabelecido economicamente e que não foram objecto de "limpeza" por força da subida do juro, por aí irão manter-se, apesar da manifesta incapacidade no domínio da decisão económica e respectiva racionalidade.
Contudo, o capitalismo e o livre mercado, seguem dentro de momentos...
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