A medida de um país, é também a medida da sua história e o modo como ela é aceite e vivida no presente. Neste aspecto central para a maturidade cultural dos povos, no modo como eles se entendem , como assumem a sua história, a medida do meu país, é uma pequena medida, ainda que seja enorme a sua história. O esquecimento total e absoluto, daqueles que se sacrificaram em Africa e na Flandres, durante a primeira guerra mundial, é mais um episódio triste de como intenções políticamente turvas, pretendem estreitar o nosso passado a uma sequência politicamente correcta, obliterando dele, tudo aquilo que possa causar calafrios à urbanidade e cosmopolitismo dominante. África e Flandres, foram palco de sacrifícios enormes, de carnificinas pelas quais muitos portugueses passaram.
O silêncio absoluto do Estado Português sobre o armistício celebrado nesta data, que pôs termo a um elemento central da história do mundo e da nossa história do século XX, não constituí senão um branqueamento, talvez deliberado, e um exemplo mais de ingratidão de todo um país pela memória daqueles que se viram na contingência de lutar e morrer na defesa dos seus interesses. Essa ingratidão, de resto, não é episódio único da história recente para com os militares e para com o compromisso que, independentemente das razões políticas, os mesmos assumiram perante a pátria.
A história daqueles que lutaram na Flandres e em África na Grande Guerra (bem assim como em todos os outros locais, em diferentes tempos) não pode ser ignorada, no dia em que se celebra o armistício da Grande Guerra.
Aqui, a lembrança dos factos.
foto "corpo expedicionário português: soldados portugueses nas trincheiras, durante a batalha de la Lys, em 1918 - colecção particular."
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