Enquanto conduzo, penso neste Portugal do Século XXI, europeu, moderno, progressista, e comparo-o com os tempos áureos desta nação, que nos antecederam. Tempos esses pelos quais esperamos ansiosamente que voltem, e cuja imagem de D. Sebastião a surgir do nevoeiro, exprime de forma tão fiel essa vontade.
Nós, o pequeno grande povo que nesse passado cheio de vanguarda cultural/ intelectual/ militar e artística, em quase todos os domínios da época, marcava o ritmo do velho continente encabeçando-o numa clara posição de liderança!
Descrevo lentamente uma curva para a esquerda e lembro-me do mar… dos descobrimentos, que ao mundo trouxeram um novo mundo; descrevo uma curva para a direita e recordo o passado militar de lutas por uma independência que nos permitiu a existência e afirmação enquanto povo; desvio-me de uma família inteira a fazer o seu piquenique de fim-de-semana em plena berma de estrada, e penso no que terá acontecido para virmos aqui parar…
Nós, o pequeno grande povo que nesse passado cheio de vanguarda cultural/ intelectual/ militar e artística, em quase todos os domínios da época, marcava o ritmo do velho continente encabeçando-o numa clara posição de liderança!
Descrevo lentamente uma curva para a esquerda e lembro-me do mar… dos descobrimentos, que ao mundo trouxeram um novo mundo; descrevo uma curva para a direita e recordo o passado militar de lutas por uma independência que nos permitiu a existência e afirmação enquanto povo; desvio-me de uma família inteira a fazer o seu piquenique de fim-de-semana em plena berma de estrada, e penso no que terá acontecido para virmos aqui parar…
3 comentários:
Caro Jam,
o facto de se ter encontrado com uma família em pleno piquenique na berma da estrada, não significa que tais pessoas tenham perdido as qualidades nas quais alicerçamos o conhecimento do mundo. Elas seguramente continuam lá (devo de resto confessar-lhe que em 1500 haveria seguramente pessoas como as que encontrou, que também se dedicariam aos piqueniques e concerteza também mastigariam com a boca aberta).
Creio que presentemente o que nos falta é propósito. Sem esconder que houve demasiados erros, creio que nos temos dedicado às coisas erradas e que por não estarem na nossa natureza, naturalmente falham. Senão vejamos: em que medida um povo determinado mas profundamente individualista (e a nossa história apenas se pode explicar por essa nossa capacidade individual de correr riscos) poderia fazer resultar uma social-democracia igualitária e colectiva? Nunca. Não nos está no sangue... Se pensar nisto, provavelmente explicará muitos dos anos da nossa história recente, polvilhada de projectos e valores "colectivos" que não consideram o facto de não haver sacana mais individualista e egoísta, do que nós mesmos. Direi que temos sistematicamente apostado no cavalo errado, em nome de valores, de ideias que não são as nossas e que ligam mal com a nossa maneira de ser. Nós não queremos saber da pontulidade, não queremos saber da rotina, não queremos saber da perfeição, de projectos e de programas pensados e delineados ao pormenor (que aborrecimento!). A nós basta-nos um piquenique, à beira mar ....
Caro Fritz,
Esta, parece-me, é mais uma missão para um colectivo seu conhecido...
Contacte o Clube Beretta 2000, por mim sff!
Obrigado.
Eu acrescentaria que a questão não está em apostar no cavalo, simplesmente não apostamos em cavalo algum. E quando - finalmente - tentamos delinear um plano, aparecem forças de bloqueio (recordo-me das declarações do antigo coordenador do Plano Tecnológico quando se referia a um Ministro que não queria o MIT em Portugal).
Mais, acrescento que o problema não é uma família a fazer um piquenique à beira-mar. A mesma imagem que o fere e indigna, catapultando Portugal para um país de 3º mundo poderia fazer inveja a 90% dessa Europa que sofre por estes dias com o frio.
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