Muito embora esteja ainda por estrear nos estados unidos, algum eco vem existindo sobre o próximo filme de Spielberg, munich. O jornal público trazia já algumas referências no passado domingo. Efectivamente, debruçando-se sobre os acontecimentos ocorridos na cidade de munique durante as olimpíadas de 1972 e no assalto feito à respectiva aldeia por um comando palestiniano "setembro negro" do qual resultou a morte de nove atletas israelitas - o alvo óbvio da acção terrorista - está criada expectativa sobre o modo como Spielberg, a partir de acontecimentos históricos, tratará a questão política subjacente (israel/palestina) sendo ele judeu, que não se coibiu anteriormente de abordar e julgar o horror dos campos de concentração em "Schindler´s list" sendo que tal julgamento resultava não só da prórpia história de Schindler, como também de uma clara exposição gráfica desse mesmo horror, perante o qual a estrutura moral e a ética de quem assistia era confrontada.
Assumiremos agora a ideia que em munich será diferente, uma vez que não se poderá partir do desiquilíbrio ético e moral que necessariamente existia em "Schindler´s list". E será precisamente essa circunstância (a apreciação não poderá ser unívoca) que cria expectativa quanto ao modo como Spielberg abordará, exporá e resolverá a questão política que subjaz ao filme. Creio que se espera um equilíbrio e um tratamento justo.
Veremos se depois de uma certa insistência na ficção científica (A.I., Minority Report e War of the Worlds) o mestre não perdeu toda a ciência de contar histórias e de nos colocar através das mesmas, em questão.
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