segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

PAOLO DI CANIO

Este nome possivelmente não diz nada à generalidade das pessoas.
Como todos aqueles nomes de jogadores de futebol estrangeiros, com excepção dos galácticos do Real Madrid e mais uma mão cheia deles.
Paolo di Canio é um italiano que mostrou todo o seu virtuosismo nos relvados italianos e, principalmente, nos ingleses.
Em 2001, a FIFA atribuiu-lhe o Prémio Fair Play.
Em Março deste ano, Paolo decidiu levar à letra o apoio de uma claque do seu actual clube, a Lazio de Roma, conhecida por ser de extrema direita, e após ser substituído decidiu saudá-los com a saudação fascista, o que lhe valeu uma suspensão. (fig. 1)
No fim de semana passado, em Livorno, Paolo di Canio decidiu repetir a gracinha, levando o mundo da politica e do desporto italiano à indignação. (fig. 2)

Atitudes condenáveis pela grande maioria, mas reflexo de uma globalização realizada à margem das pessoas?

Que dizer das manifestações contra os libaneses nesse país que é considerado por todos como um exemplo de tolerância, a Austrália.

2 comentários:

fritzthegermandog disse...

caro amf,

mais do que o choque que eventualmente as imagens nos possam causar, a questão é a mesma que anteriormente tive oportunidade de abordar em comment a post do nosso contributor jam: a verdadeira democracia deve permitir a expressão de todas as ideologias, mesmo aquelas que nos possam causar choque. E por isso a democracia italiana permite a existência de partidos políticos de inspiração fascista, nacionalista, ou independentista (lega nord/lega veneta pela independência da padania) a um dos quais, seguramente, Di Canio pertencerá. A liberdade democrática assim o permite (por muito que nos choque).
Seria pois sinal de responsabilidade e maturidade democrática que, tal como acontece na Italia, na Alemanha, na França, na Espanha, na Polónia entre outros, a nossa democracia permitisse a livre expressão de ideologias, mesmo aquelas não democráticas - e como o amf sabe, não as precisa de procurar exclusivamente à direita. Com isso poupava-se o espanto do amf, e sobretudo a responsabilidade dos partido democráticos seria muito maior. A tentação pelo discurso fácil e pela demagogia barata dos ditos democráticos, teria um ponto de comparação na direita extrema e sobreuto poderiamos avaliar a real força das ideias não democráticas, a cada eleição, permitindo a sujeição da votos dos partidos não alinhados na democracia.
Porque é que sabemos que a França e o seu sistema político e social sofre de gravidades? Porque a extrema-direita é ali visível e serve de alerta a cada eleição. Em Portugal nada sabemos, quem são, quantos são, que força têm, são velhos ou novos etc... Acredite amf, que se um problema como o Do Canio houvesse por estas paragens, haveria outra reponsabilidade por parte de quem nos vem governando. O problema é que, 30 anos depois, continuamos amarrados a mitos e a complexos de culpa que tolhem a verdadeira extensão da palavra democracia e todos nós andamos como se nenhum problema houvesse nisso.

El Torero disse...

Amigo Fritz
Mais do que isso. Quando se pretendem tratar de assuntos sérios e importantes, como a questão da imigração muitas vezes os partidos de direita são automaticamente acusados de fascistas. Há assuntos tabu na nossa democracia.

No entanto, esta semana já ouvi candidatos à Presidencia da Republica de vocação esquerdista, a falar sobre as cotas à imigração e ainda não ouvi nenhum comentário hostil.

Não percebo bem o que se passa com o camarada Louçã. Se calhar só ouve o que quer. Demagogia só existe no espectro conservador da sociedade.

Abraços