terça-feira, 30 de agosto de 2005

SANTA MARIA DA FEIRA (SMF)

O maior concelho do distrito de Aveiro, com 135.964 habitantes (censos 2001) distribuídos por 215 Km2. O sétimo concelho mais populoso do norte, o décimo sétimo do país, e um dos maiores contribuintes para o PIB nacional.

Afinal quem é que beneficia?

Finanças: Olhando para os números do Orçamento Geral do Estado para 2004 e 2005, seguindo as tranferências para os municípios – Participação dos municípios nos Impostos do Estado - percebemos que existe uma certa igualdade de tratamento para com Aveiro, o segundo maior concelho, mas uma terrível disparidade quando comparamos, por exemplo, com as verbas atribuídas ao concelho de São João da Madeira (SJM). Num cálculo aritmético simples, percebemos que SMF recebe 12,4% da dotação, enquanto SJM recebe 3,1%. Estabelecendo uma relação entre o total orçamentado para o distrito e o peso demográfico de cada concelho, SJM com apenas 0,2% da população – correspondentes a 2,3% do concelho de SMF - recebe 25% daquilo que um concelho sete vezes maior recebe. Numa relação mais equilibrada, SJM deveria receber apenas 0,35% dessa mesma dotação, enquanto Espinho, com 1/4 da população feirense, recebendo 1/3 do valor que nos é atribuído, vê inflacionada a sua dotação em 25% .
Se acha esta distribuição um pouco injusta ou desequilibrada, então olhe para os números do PIDDAC . Digo-lhe apenas que, dos quatro concelhos em causa, SMF recebe apenas 0,95% da dotação atribuída ao distrito à frente apenas de SJM, com 0,92%. Espinho e Aveiro recebem respectivamente 11% e 8,8%, praticamente dez vezes mais o valor que nos é atribuído.

Politica: O distrito da Aveiro elege pelo seu círculo quinze deputados, no entanto, SMF, apenas consegue eleger um, quando afinal deveria poder eleger três.

Sociedade: Somos o maior concelho do distrito de Aveiro, temos o menor número de médicos por 1000 habitantes, a maior taxa de analfabetos (logo a seguir a Espinho) e no entanto conseguimos ter a mais baixa taxa de desemprego dos quatro.


Assim se percebesse, porque é fácil construir 150 rotundas; um novo canal e estádio ou enterrar um linha de comboio. Simultâneamente, tão difícil dotar o nosso concelho com uma rede de águas e esgotos; construir o IC2; requalificar a vergonhosa EN1 ou enterrar uma estrada que há vinte anos corta esta cidade ao meio.

Este concelho, infelizmente, dependeu e julgo continuará a depender quase unicamente da iniciativa privada. Se pretende mais um dado objectivo, de como tudo isto se reflecte no seu dia-a-dia, clique aqui, sabendo que Aveiro não entra neste estudo.

De quem é a culpa?

Somos um concelho rural?
Falta peso político?
Falta iniciativa?

Então o que é que falta?


Eu gosto do meu concelho mas, perto, há melhores sítios para viver.


Fontes: INE; Diário da Republica; Ministério das Finanças e Adm. Pública Ministério das Cidades, Administração local, Habitação e Desenvolvimento Regional - Direcção Geral do Orçamento; Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional; Assembleia da Republica.

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

O REGRESSO

Viva!!!
Regresso de férias com três breves comentários, reiniciando assim a minha (modesta, mas esforçada) actividade «bloguítica»:
1) Portugal em chamas - é triste, muito triste!!!!
2) Governo em «lume brando» - é normal, muito normal!!!!
3) Autárquicas 2005 muito ... «mal cozinhadas» - era de esperar, não é para desesperar!!!!
E assim chega ao fim mais uma «silly season».
Ao trabalho!

FOTOLOG

Foi-me dado a conhecer um novo fenómeno juvenil, perfeitamente consolidado, do qual desconhecia por completo a sua dimensão.
Tudo começou quando reparei que, num local público, uma jovem não parava de tirar fotografias a ela própria. Estranhei e comentei com um amigo o meu espanto, ao que recebi como resposta – vai ver em www.fotolog.net/(...)
Intrigado fui ver e dei de caras com todo um novo mundo no universo cibernauta.
Pois bem, para quem não está familiarizado com este fenómeno, ele resume-se à publicação de fotografias dos mais variados tipos, numa página web. Todavia esta utilização é feita na sua maioria por jovens que, essencialmente, utilizam a página para publicar fotografias suas, acompanhados ou não, com um pequeno texto por baixo, que posteriormente pedem para comentar.
A utilizam do fotolog – flog, na linguagem local – serve essencialmente a esta comunidade juvenil para extravasar os sentimentos que vão surgindo no seu dia a dia. Os mais afoitos publicam fotos diariamente.


DIÁRIO DIGITAL ILUSTRADO COM ESPAÇO DE OPINIÃO.
Acho que resume bem o que um flog é.

Pelo que pude observar a maior parte dos flogs são utilizados para transmitir o quanto se gosta do/a namorado(a); para mostrar fotografias da “malta” na praia; para se dizer que se acabou com o/a namorado(a) e que ele(a) é que teve culpa; para se mostrar os amigos; para transmitir que se reatou o namoro entretanto dado por terminado; para perguntar se o/a acham bonito(a); para dizer que desta vez é mesmo para deixar o/a namorado(a); para dar a conhecer os seus hobbies; para transmitir que tem um(a) namorado(a) em mente (o visado tem aí oportunidade de fazer um comment favorável, ou não). Os pais e os irmãos também por lá vão aparecendo. Se se tiver um bom carro ele também há-de aparecer, com o floguista (acabei de inventar o termo) em pose sensual, de preferência de tronco nu, ao lado.

Inicialmente achei que o mundo estava perdido; que o futuro deste país estava comprometido; que esta seria a geração rasca informatizada e outros pensamentos dentro deste espírito. Depois, passado o espanto, fiquei aborrecido por duas razões. Percebi que afinal estou é a ficar velho e porque deixei passar um negócio formidável – o da venda de máquinas digitais.

Aos pais:
Procurem o fotolog do vosso filho. É uma boa forma de o irem acompanhando sem ele dar por isso.

Aos curiosos:
Clique aqui. No directório procure por país. Vai perceber que Portugal é o terceiro ou quarto país do mundo com mais flogs!

sábado, 27 de agosto de 2005

A VER

A World Press Photo faz cinquenta anos. Aconselho-o a visitar o seu site .
A minha maior simpatia, vai para os temas - Sports Action e Nature.
Mais em particular, se não for facilmente impressionável, recomendo
a galeria comemorativa dos 50 anos desta instituição.
Exposições em Lisboa e na Maia com inicio a 30 de Setembro e 4 de
Novembro, respectivamente.

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

DESCUBRA SE ESTÁ A SER CHATO EM TRÊS PASSOS

Por vezes, seja por termos bebido muito, ou porque o dia não nos correu bem e precisamos de conversar, percebemos que as pessoas não têm muita vontade em falar connosco.

Este pode ser a síndrome do “Chato do momento”

Para tirar a limpo se é ou não, siga os seguintes passos:

  1. Procure o chato crónico. Tenha por exemplo um bar. À partida deve estar encostado ao balcão, com uma bebida na mão e a mexer nos óculos. Ou então encontrá-lo-á num círculo composto unicamente pelo próprio, logo atrás de um primeiro círculo bem fechado de amigos a conversar.
  2. Vá ter com ele. Sim faça-o…
  3. Cumprimente-o e tente puxar qualquer tipo de conversa. Uma vez encontrado um assunto que lhe interesse, comece a desenvolvê-lo.


Se ele se for embora primeiro, é o sinal que você é o chato do momento

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

U2

Tive a sorte e a felicidade de assistir, ao vivo, ao concerto dos U2 em Alvalade no passado dia 14 de Agosto. Foi o segundo concerto da banda, ao qual pude assistir.
Gostava de levantar as minhas pequenas diferenças entre um e outro concerto e posteriormente centrar-me naquilo que representa hoje o fenómeno U2.

Em 93 era um “teenager”. Hoje sou trintão.
O tamanho do bilhete de 05 é 1/3 do bilhete de 93;
O preço do bilhete de 93 é 1/3 do preço de 05;
Em 93 estive no relvado, enquanto em 05 estive na bancada;
Em 93 entrei às 17h00, cinco horas antes do início do concerto. Em 05 entrei às 21h, uma hora antes do início do concerto;
Em 93 estive acompanhado por 8 pessoas, a 10 metros do palco. Em 05 estive acompanhado por uma pessoa a 60 metros do palco;
Em 93 fui do José de Alvalade à estação de Santa Apolónia a pé. Em 05 fui do Alvalade XXI ao Marquês, também a pé;
Em 93 estiveram 65.000 pessoas. Em 05 estiveram 52.000.

Passados doze anos muito mudou e no entanto quase tudo continua na mesma. Se há doze anos – como os próprios assumiram – tinham chegado ao auge da sua carreira, com o seu album Achtung Baby, esperando que daí em diante fosse sempre a cair, o certo é que tal não aconteceu. Se é bem verdade que hoje são, talvez, a banda mais importante do mundo, julgo que tal se deve, não à sua qualidade musical, mas acima de tudo à vertente mediática que transportam. O concerto foi um sinal disso mesmo. A Vertigo Tour tem muita mais luz, imagem e informação, mas se estivéssemos atentos, as músicas, foram praticamente as mesmas da ZOO TV Tour de há doze anos, excepção feita a uma mão cheia delas. Mais. Os pontos altos do espectáculo, foram sempre as músicas dos álbuns bem mais antigos, que acabaram por preencher mais de 80% do concerto.

No resto, os U2 são uma banda formidável. Impressionante a forma como Bono está sempre presente e ainda com uma energia e voz imparáveis. Se há bandas que ao vivo perdem toda o seu elan, os U2 ganham uma força capaz de contagiar o mais céptico. A este respeito devo confessar que em 93 fui ao concerto a pensar na banda que, supostamente, iria abrir o palco – Os Red Hot Chili Peppers. Pouco tempo antes do concerto confirmaram que estes não iriam estar presentes. Desanimei e pensei vender o bilhete. No entanto fui … e ainda bem que o fiz!
Nesse dia, como agora, valeu a pena!

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Será que existem?

Só peço aos candidatos a autarcas:

COMPETÊNCIA
HONESTIDADE
DEDICAÇÃO À CAUSA PÚBLICA
EMPENHO
INTERESSE GERAL ACIMA DO PARTICULAR

Não é muito, mas será que há?

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

Morangos com Açucar

Pois é.
O que as férias me fizeram.
Colocaram-me a escrever sobre a novela Morangos com Açucar, uma série que nunca tinha tido oportunidade de ver, mas, que em férias, e se se tiver um aparelho de televisão, sempre que sintonizar a TVI, a qualquer hora do dia, apanha com os morangos e as morangas.

Tive então a oportunidade de deitar um olho a esta série de sucesso no nosso país.
E o que vi deixou-me preocupado.
E digo porquê?
Simplesmente porque a minha sobrinha, que vai fazer 7 anos na próxima semana, é fanática pelos moranguitos açucarados.
Vejam lá que, quando lhe perguntei que nomes é que ela gostava mais para o futuro primo, ela respondeu: Simão, Soraia, Ana Luísa.
Pois é, agora já percebi porque. São todos doces moranguitos.

E depois de ter assitido a alguns episódios, fiquei realmente preocupado.
Como é que é possivel que uma série dedicada à faixa etária de adolescentes para baixo, que dá de manhã à noite, possa ter cenas como as que estas série tem.
De dois em dois minutos (ou menos) aparece um casal aos beijos, nesse intervalo outros dois fecham-se numa arrecadação a fazer festinhas, de três em três minutos um rapaz está de fino na mão, já que metade do tempo de cada episódio é passado num bar, entretanto um deles chaga a cabeça a uma rapariga porque ela não quer beber alcool, o que é, para ele, estranho, entretanto nas conversas fala-se da bebedeira de ontem à noite, a rapariga que quer à força estar a sós com o cromo, e está constantemente a dizer "vamos para um lugar sozinhos, eu quero estar contigo", só falta dizer para quê, etc, etc...

Pois é, a minha preocupação é saber de que forma a minha sobrinha assimila tudo isto.
Ela e todas as crianças que fanaticamente assistem a todos os episódios.

Só me resta uma certeza, que como eu, o meu filho só vai ver na televisão séries educativas, como o saudoso Verão Azul.

domingo, 7 de agosto de 2005

RÁDIO

Confesso que um dos meus hobbies favoritos é ouvir música. Nestes dias em que as férias povoam o nosso imaginário, ou fazem já parte da realidade, não gostaria de começar este período especial sem vos transmitir um gosto que muito prezo.
Não vos vou falar da música que levo para férias, porque na realidade não vou levar nenhuma. Muito menos vos indicarei aquelas que considero dignas de escuta. Isso fica para futuros posts, se, em algum momento, nada mais me vier à cabeça.
Falo-vos de rádio. Gosto de ouvir rádio!
Adianto que procuro só sintonizar duas estações: A Antena 3 e a Voxx (A rádio da Melinha). Nesta última, que só se consegue sintonizar no Porto ou Lisboa, tinha um gosto especial por programas como: Casa, Bateria e Baixo; Refogado e Hortelã ou ainda, Galinhas no Horizonte. A compra da frequência, por um grupo de investidores em 2004, desformatou-a, transformando-a numa rádio moribunda - pelos vistos à espera da sua frequência ser ocupada por mais uma qualquer rádio comercial - ainda de música alternativa, mas sem a exuberância e bom gosto que anteriormente apresentava. Não desgosto, mas preferia o registo antigo, com jingles que não lembram a ninguém:

“O POBO. Diplomado em conversa da treta, o povo não olha a amigos para atingir os fins. Para o povo Mozart é ruído e música a sério, é uma máquina de contar notas em plena laboração. O povo é quem mais ordena!” E acabava com:

“VOXX. Uma rádio amarela num país cinzento”;
“ VOXX. A melhor rádio cá do prédio!”;
“VOXX. A re…nascença da rádio”;
“VOXX. A antena 1 dos ouvintes da Voxx”;
VOXX. Emissora caótica portuguesa”
“VOXX. Rapaz bronzeado é meio caminho andado”

Tudo isto carregado com um forte sotaque nortenho.

A Antena 3, considero um dos melhores serviços que o Estado nos proporciona. Uma rádio para jovens, que os trata como pessoas inteligentes. Além dos naturais programas de playlist, com música mainstream, existem outros, os de autor, que muito nos ajudam a formar o ouvido. De todos os que podemos ouvir à semana, a partir das 20h, sugiro dois:

“Grande Sofá”
“Caixa de Ritmos”

Programas orientados para as novas tendências na música de dança e música electrónica. Para quem gosta deste tipo de música e para todos que procuram novas sonoridades, aconselho vivamente. Em boa verdade o rock… morreu!
Gosto de ouvir Rádio!
Boa escuta. Boas férias.

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

FRUTA

À semelhança do que acontece em certos círculos mais maduros, com a atribuição de nomes de animais a certos grupos profissionais, existe também uma tendência na nossa classe politica juvenil, para a atribuição de nomes de frutas, a determinados segmentos políticos. Repare-se, a título de exemplo, nos laranjinhas.

Mais uma vez, dentro deste espírito, gostaria de dar o meu contributo:

O BANANA

Pela sua natureza curva, o banana, desde verde que assume um papel fundamental nos círculos de subserviência junto da fruteira do poder. Pela sua postura e por desde cedo se ter habituado a viver num grupo de influências, definido por cacho, acaba por perder o norte e a força de um conjunto reivindicativo, quando separado deste. Usado por todos, acaba a sua aventura partidária deixado ao abandono numa qualquer prateleira a apodrecer.
Ao contrário do laranjinha, o banana, nunca chegará a dinossauro.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

Obrigado TVI

A TVI continua a surpreender.

Tenho que agradecer a excelente qualidade da programação e acima de tudo a qualidade da informação que transmitem para este imenso Portugal.

Na semana passada tive o orgulho de assistir a dois eventos de extrema relevância informativa.

O primeiro passou-se no México, numa espécie de tourada. Conseguiram transmitir, durante mais de 2 minutos, um homem a ser morto à cornada por um touro. Pormenor de somenos importância, com direito a repetição.

O segundo episódio noticioso, mostrava uma câmara de trânsito numa cidade asiática, onde um carro não parou num semáforo e matou uma pessoa, tendo ferido gravemente outra. Mais uma vez, com direito a repetição para quem não tivesse captado bem as imagens que transmitiam.

Obrigado TVI. Pelo exemplo contra o sensacionalismo.

P.S.: esta televisão é líder de audiências.

E.T.A.R. – UM PROBLEMA RESOLVIDO POR NATUREZA

A água é um bem essencial e a longo-prazo, quem sabe, escasso.
É cada vez mais difícil adquirir/consumir água no seu estado puro.

Nós sabemos que:

  1. A água tem de ser tratada/desinfectada, para ser consumida.
  2. Os padres purificam a água.

ESTAMOS À ESPERA DO QUÊ?!