quarta-feira, 29 de outubro de 2008

interpol - america´s most wanted


Hoje, parece-me incrível o tempo que permaneceu quase ignorado na minha gaveta de CD´s “turn on the bright lights”, primeiro álbum dos interpol. Não há exactamente uma explicação para o facto – fases, é aquela que melhor me ocorre – mas lembro-me exactamente do dia em que o comprei e de como na altura, imediatamente me convenceu, ao ouvir os primeiros instantes das primeiras canções. Creio que foi o último álbum de banda com guitarras eléctricas que, genuinamente, me deu gozo comprar.

A questão visual, o empenho estético da banda, na forma quase conceptual como se divulga, é algo que, também lentamente, se foi colocando quase em paralelo com o respectivo saber musical, já registado em 3 álbuns, assumindo particular importância o modo como tal musicalidade, ganha expressão gráfica – e ela é, como a música, uma respiração soturna, um pouco demencial, mas profundamente depurada, algo exígua nos elementos que a compõem, mas sempre fazendo sobressair ou evidenciando, uma determinada característica que serve de fio condutor a todo o contexto visual que se desenvolve (os fios e a água em “obstacle 1”, o boneco articulado em “evil”, ou o próprio fascínio do grafismo em “PDA” e “the heinrich maneuver”). Apesar das diferente contribuições e colaborações (floria sigismondi, charlie white, elias merhige) há sempre essa coerência manifesta na expressão artística da banda, onde, de algum modo, esses diferentes planos (musical e visual) sendo complementares, ganham um mérito próprio, que lhes é exclusivo e que coloca os Interpol, bem longe de tudo o resto que por aí se vai ouvindo.

… que Deus guarde os Interpol e Nova Iorque.


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