quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

a bíblia de lincoln


Obama jurou como Presidente sobre a Bíblia, na qual o mesmo juramento havia sido prestado por Abraham Lincoln. E muito mais do que a raça do novo Presidente dos Estados Unidos, há uma dimensão moral, valorativa, que é reafirmada por esse mesmo gesto, repetido sobre o livro dos livros outrora pertença de Abraham Lincoln: a afirmação dos Estados Unidos da América, como terra de liberdade, de afirmação pessoal e de dignidade de todos os homens perante Deus, independentemente da sua raça, ou do seu credo, da sua riqueza ou sabedoria. Foi essa, a profunda convicção de Abraham Lincoln, o primeiro Presidente Republicano dos Estados Unidos da América, que na incapacidade de fazer valer semelhantes princípios em todo o território (no Sul esclavagista e Democrático) não vacilou em conduzir um país à guerra civil, para que de uma vez por todas, essa dignidade de todos perante Deus e os Homens, pudesse constituir o princípio fundador e efectivo de toda uma Nação.

Foi essa a batalha de Lincoln e do partido Republicano, pela qual pagou com a sua vida, mas que permitiu que, quase 150 ano depois, um Presidente negro jurasse sobre as mesmas páginas do símbolo da fé, sobre as quais, aquele Lincoln jurara defender, com a ajuda de Deus, a igual dignidade dos Homens.

E foi sobretudo isso que mobilizou a América: a possibilidade de em Obama, ver novamente validados os mitos e princípios fundadores de todo um país. Foi a guerra civil 1861-1864, que para sempre determinou o caminho político da Nação Americana. E esse é o momento chave na histórica do mundo, que permitiu que todo ele agora se emocionasse nos valores e na dimensão histórica do juramento de Obama. Este, numa lição de profunda humildade e de compreensão da história e do papel que para sempre simbolizará na mesma, chamou aquela Bíblia de Lincoln e sobre ela voltou a jurar a sua defesa, para que o homem que o precedeu nos valores que Obama simboliza, pudesse finalmente sentir a grandeza das convicções e das ideias pelas quais, pagou com a própria vida.

A América emocionada nesse simples gesto, na sua simbologia, acreditou uma vez mais na sua genuína grandeza política e no futuro democrático do mundo.

May God continue to bless América!

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