sexta-feira, 22 de agosto de 2008

batalha do vimeiro - 200 anos

Não há grande impacto ou visibilidade sobre a batalha do Vimeiro, ocorrida em 21 de Agosto de 1808. Tal como, de resto, não há grande impacto e conhecimento sobre a Guerra Peninsular e o papel que a mesma desempenhou na derrota do "grand armé" de Napoleão e do império que o mesmo impôs na Europa Continental.

O Vimeiro foi o primeiro grande episódio militar, num conflito que deixou marcas culturais e políticas profundas, no nosso país e na europa. Muitos dos dizeres populares que ainda hoje usamos com frequência, têm a sua origem cultural e histórica em episódios ocorridos durante aquele conflito: "ir para o maneta" numa alusão a Loison, general francês de terrível reputação e que não tinha o braço esquerdo; "ir de armas e bagagens" numa alusão à convenção de Sintra que finalizou a 1.ª invasão, e pela qual o exército francês foi repatriado pelos navios britânicos com direito a levar o saque como bagagem; "... quinar" alusão ao episódio de Arrifana pelo qual, os franceses fuzilaram o quinto dos homens que saía da igreja aonde estavam feitos prisioneiros.

Sendo certo que algumas publicações têm vindo a lume sobre toda esta temática - e que é vastíssima - a generalidade ignora o conjunto de factos que tornam esta fase da história portuguesa e universal, absolutamente fascinante e que têm ainda muito por determinar e tornar público. Nesse sentido algumas sugestões de leitura:

IMPÉRIO À DERIVA - Patrick Wilcken, Civilização Editora
THE PENINSULAR WAR, A concise military history - Michael Glover, Penguin Books
NAPOLEÃO E PORTUGAL - Nicole Gotteri, com edição portuguesa pela Teorema
Histoire de la Guerre de la Peninsule - W. F. P. Napier, edição em francês pela Champ Libre
A LONGA VIAGEM DA BIBLIOTECA DOS REIS - Lillian Schwartcz, Assírio e Alvim

Todos livros absolutamente fascinantes sobre Portugal, ou o exército luso-inglês, sobre os desenvolvimentos políticos, militares e culturais de um periodo da história marcante e decisivo, aonde uma vez mais resulta claro todo o heroísmo, inteligência política e coragem do nosso povo.

O Vimeiro foi só o começo.

4 comentários:

El Torero disse...

Professor Marcelo?

fritzthegermandog disse...

Caríssimo torero:

o seu humor desconcerta-me sistematicamente!! O que é óptimo.

Carissimo:

são apenas sugestões de um gosto meu, de um período que me fascina e que fui aprofundando, mas sem grandes pretensões, a não ser o prazer de ler História.

O Marcelo leria tudo isto em 2 tardes e mais uma qualquer madrugada! Mas, enfim, apesar desse afã, diz sempre os mesmos disparates - uma no cravo, outra na ferradura!

Boas leituras!!

PS: De qualquer modo, para quem andava com o calhamaço da biografia do Mao debaixo do braço, os livros acima citados, eram apenas rebuçados...

El Torero disse...

Que memória...

Devo acrescentar que a citada biografia me encheu de tédio.

Abraço!

fritzthegermandog disse...

Caríssimo torero:

Como pode? A biografia do grande timoneiro Mao, o autor desse grande avanço para toda a humanidade que constitui o seu livro vermelho, a biografia do grande líder que gostava de acariciar rapazinhos encheu-o de tédio... compreendo-o. Se quer uma coisa bem sanguinolenta e paranóica sugiro-lhe então, a biografia do Estaline por Simon Sebag Montefiori. pelo menos este não é monótono, garanto-lhe!

Com uma revienga e outra verónica,

1 abraço.