domingo, 21 de janeiro de 2007

Depois do êxito do RobotCop, o CiberJudge


2 + 2 = 4

Para decisões de mera subsunção à lei, insensíveis à realidade e necessidade dos destinatários da justiça – os homens –, basta-nos um PC.


3 comentários:

fritzthegermandog disse...

Caríssima naifa:

não posso concordar mais consigo.
o caso a que indirectamente se refere, demonstra que o problema da justiça não tem apenas a ver com as delongas processuais: tem a ver igualmente com a qualidade de quem a aplica, e essa muitas vezes não abunda - o que é substancialmente pior.

Aparentemente, o povo também já não acredita naqueles que administram a justiça em seu nome e com inteira razão: há quem o faça sem a mínima noção do razoável e sem o conhecimento de que o fazem em nome de alguém no propósito de salvaguardar a respectiva paz social. Cada vez mais se torna visível o facto de haver autênticos palermas a aplicar a justiça, o que naturalmente levanta a questão da sua legitimidade e da sua capacidade para tal...

Para subsumir a lei basta um computador. Para ser razoável, equilibrado, JUSTO, é preciso muito mais...

naifa disse...

E entretanto, em vez do uso do meio próprio de verificação superior da correcção da sentença - O Recurso - o povo já anda a fazer circular um abaixo-assinado para a "libertação" do pai afectivo da criança. Atitude que se compreende, porque não é preciso (e parece que nem convém...) andar no CEJ para perceber e sentir quando uma decisão é injusta. Por mais iletrado que o povo seja, distingue o bom do mau, o justo do injusto.
Neste caso, é o próprio magistrado que coloca o sistema judicial numa situação de total descrédito - para além de não aceitarem a sentença, os populares, à partida, rejeitam o acórdão a proferir em caso de recurso.

O Poder (judicial) caíu na rua!

fritzthegermandog disse...

Cara naifa:

há um outro aspecto risível e simultâneamente medonho que decorre de todo este caso: é que, se como diz e bem, o poder judicial caíu á rua (na medida em que é o próprio povo que não se reconhcendo na justiça que em seu nome foi feita, a tenta de algum modo repor) temos no outro extremo, no outro lado, a dimensão populista desse mesmo "poder" judicial, de quem a "cléopatra do povo", a procuradora mjm é exemplo máximo e reflexo de um modo justiceiro, característico das revoluções em massa e por isso não isento de ambições políticas, de aplicar a justiça.

uma coisa é certa e ela pode ser escrita: há-de haver culpados e o povo há-de querer ver correr o sangue, não andasse a dr. mjm a publicar livros e a fazer denúncias na televisão para nada... com a nomeação da dr. mjm a realização de justiça há muito deixou de ser a preocupação, ela não deixará que tão supremo valor intervira na sua cavalgada justiceira para gáudio ideológico dos desfavorecidos.

Cara naifa, no prestígio e no desprestígio, a justiça caiu na rua...