Conversas de café 2

Mário Soares, candidato a Presidente da República?

Que raio, como é que é possível?
Será que ouvi bem?
Parece uma notícia de há 25 anos atrás…

Mas não, é mesmo actual.
Não admira que este país tenha tanta dificuldade em andar para a frente.
O partido do Governo, com maioria absoluta nas últimas eleições legislativas não consegue arranjar melhor candidato do que alguém que já deveria estar enterrado politicamente.

Se não há dúvidas de que foi uma personalidade importante na vida politica portuguesa, e considerado um dos pais da democracia moderna, com um papel preponderante no 25 de Abril, antes e pós, não há dúvidas que o seu ciclo já terminou à bastante tempo.

Esta é mais uma prova que neste país não existem ciclos políticos.
Será que ter sido primeiro-ministro (considerado um dos piores do pós 25 de Abril) e 10 anos Presidente da República, não deveriam significar que já deu o seu contributo ao País em termos políticos.

A candidatura do Dr. Mário Soares significa, mais uma vez, e voltando ao post UM PAÍS E UMA POLITICA FRACA, PARA NÃO DIZER OUTRA COISA, a necessidade extrema de determinados políticos conseguirem, a todo o custo, inclusive do próprio país, se manterem no poder.
Significa a incapacidade que a politica portuguesa tem de conseguir criar figuras e personalidades, à margem daquelas que comandam os partidos.
Na área da esquerda isso é ainda mais notório.
Exemplo crasso disso, é o programa da SIC Noticias “Quadratura Do Circulo”.
Se os elementos presentes da área da direita Pacheco Pereira e Lobo Xavier defendem de forma independente os seus pontos de vista e os seus princípios, os elementos da área socialista que até hoje participaram no programa, José Magalhães e, actualmente, Jorge Coelho, nunca, mas nunca, conseguem despir a pele de dirigentes socialistas e de políticos profissionais, defendendo até à exaustão, não os seus princípios, mas as ideias dos seu partido.

Quero acreditar que a mesma água não passa duas vezes debaixo da ponte.
E se esta frase pode também ser aplicada ao Prof. Cavaco Silva, este, não teve ainda a oportunidade de dar o seu contributo ao país na figura de Presidente da República, algo que, tenho a convicção, poderia ser decisivo para o futuro de Portugal, como foi a sua passagem como Primeiro-Ministro.