sexta-feira, 30 de junho de 2006
quinta-feira, 29 de junho de 2006
HÁ DÚVIDAS?
Para quem não perceber a ligação, sugiro a leitura dos comentários aqui expostos:
O raciocíno é lógico, e é verdadeiro.
Há dúvidas?
Quando um estudo mostra que 85% dos portugueses não se interessam por Portugal, é porque na realidade o país é uma merda, e esses 85% são também uma merda, porque a eles se deve Portugal se ter transformada na merda que é.
Por isso, por muito que custe (especialmente ao amigo Fritz) Portugal é mesmo uma valente MERDA.
O raciocíno é lógico, e é verdadeiro.
Há dúvidas?
Quando um estudo mostra que 85% dos portugueses não se interessam por Portugal, é porque na realidade o país é uma merda, e esses 85% são também uma merda, porque a eles se deve Portugal se ter transformada na merda que é.
Por isso, por muito que custe (especialmente ao amigo Fritz) Portugal é mesmo uma valente MERDA.
Jornal da Noite - SIC
Diariamente recebo uma newsletter da SIC com os temas que vão ser apresentados no Jornal da Noite. Ler estes mails tornou-se, para mim, uma actividade rotineira e trivial. Até ontem…
Eis o conteúdo:
“Ponto prévio: não gosto de José Sócrates. Não gosto do seu estilo de homem providencial, não gosto da sua arrogância que roça (ou ultrapassa?) as fronteiras da indelicadeza. Está dito e fica gravado, para que ninguém tenha dúvidas. E também não gosto - porque não entendo o alcance - de algumas das medidas que o Governo tem anunciado e Sócrates tem reivindicado, no âmbito dessa ânsia de nos colocar no pelotão da frente dos infocultos. Pergunto-me para que serve o ViaCTT, esse serviço que dá a cada um dos 10 milhões de portugueses um endereço electrónico no balcão dos correios mais próximo. Se calhar não serve para muito - para já. Ou será que tem toda a utilidade e que o problema reside em mim, na minha incapacidade para vislumbrar para além do óbvio? Confesso que só coloco a questão depois de ter tomado conhecimento, hoje, da mais recente iniciativa "socrática" no âmbito da Internet: o portal net-emprego. A Internet já cá anda há muitos anos, mas nunca nenhum governo tinha pensado (ou, se tinha, ficou-se por aí e de intenções está o inferno cheio) em colocar desempregados e empregadores em contacto, num espaço de fácil acesso de todos. E não me venham falar dos Centros de Emprego. O meu aplauso para o net-emprego ganha outro entusiasmo à luz de uma conversa recente com um amigo empresário. Grandes superfícies à parte, é o maior empregador do seu concelho. Tem porta aberta há mais de 10 anos. Já criou três dezenas de postos de trabalho - mas nunca foi contactado pelo Centro de Emprego da zona. Agora, já não precisa - basta-lhe ir à net. Paulo Camacho”
Um apresentador de telejornal tem com toda a certeza direito à sua opinião. Mas deverá expô-la de uma forma tão directa e agressiva. Não tem ele obrigação de informar com isenção de forma equilibrada e objectiva.
Com estas declarações ele terá deixado de ser um apresentador e passou a jornalista? Procura uma escola mais agressiva ao estilo Manuela Moura Guedes? Ou terá sido “promovido” a comentador?
quarta-feira, 28 de junho de 2006
a emoção é um argumento?
Foi sempre diverso o debate ideológico “made in usa” porque verdadeiramente ele nunca se fez dentro ou a partir de uma matriz social - científica para as outras correntes ideológicas situadas à direita (conservadorismo, liberalismo, democracia – cristã). Aliás, quando os liberais norte-americanos se deixaram entusiasmar e levar por uma deriva de inspiração eminentemente social-democrata (com George Macgovern nos anos 70) tal correspondeu e corresponde ainda, à maior derrota eleitoral de sempre do partido democrata norte-americano, então contra Richard Nixon.
Agora que a europa meteu a social-democracia na gaveta, esvaziando desse modo o debate ideológico que a dividiu por todo o século XX, agora que os zelotas do marxismo ou os entusiastas de uma sociedade de matriz social-progressista reproduzem de uma forma desavergonhada o credo das sociedades capitalistas de inspiração substantivamente liberal – antes o seu alvo predilecto, objecto de todas as denúncias proletárias que procuravam antecipar qualquer e qualquer sociedade socialista – agora e sobretudo depois que o tal muro cessou de existir, esse mesmo debate ideológico segue o seu caminho “made in usa”, ou seja, reduzido a um debate entre o Conservadorismo vs. Liberalismo, de onde qualquer perspectiva ou equação socializante está e sempre esteve ausente.
Tudo isto a propósito do último livro de Ann Coulter - conservadora acérrima – best seller norte americano e objecto de uma fortíssima crítica por parte da generalidade dos Democratas (liberais).
Óbviamente nada sei sobre a totalidade do respectivo livro – nem provavelmente o poderei algum dia saber se ficar à espera da edição portuguesa, uma vez que os livros “à direita” não são objecto de disputa num mercado editorial marcado pela esquerda (com a honrosa excepção da Princípia). Simplesmente terei que esperar que os editores brasileiros o façam.
De qualquer modo, considerando algum do feedback que se vai reproduzindo nos talkshows, a fúria democrata contra Ann Coulter reside no facto de ela denunciar a utilização por parte do Partido Democrático de testemunhos e apelos de algumas viúvas das vítimas do 11 de Setembro, contra a política externa norte-americana, facto que, como é tradicional nos EUA, é pago a peso de ouro. Citando Ann Coulter “... those brods never earned so much money in their life....”.
Ora e é aqui que surge o ponto de interesse: a política e o respectivo debate ideológico sempre se fez e deve ser feito a partir de argumentos e elementos racionais que resultam de uma ponderação não dominada pelas emoções, ou pelo menos, onde estas não assumam o protagonismo. Quando a propósito da discussão sobre a política externa norte-americana se apresentam os relatos emocionados de viúvas das vítimas do 11 de Setembro, como é que se pode razoavelmente contra-argumentar? Como é que se pode responder sem que imediatamente nos cataloguem de cínicos ou insensíveis? Quando é a própria vítima que se apresenta como argumento político, é a emoção aquilo que passa a ser o denominador comum a toda a discussão e a partir desse mesmo momento, é a discussão que acaba. E daqui resulta uma conclusão muito simples: se o conservadorismo norte-americano partilhava com o partido democrata até ao presente momento, o capitalismo e o credo na economia de inspiração liberal, esse mesmo conservadorismo ganha agora a batalha dos valores (que sempre perdera) uma vez que, há falta de argumentos racionais, os Democratas americanos esgrimam os não-argumentos, ou seja, a emoção.
Agora que a europa meteu a social-democracia na gaveta, esvaziando desse modo o debate ideológico que a dividiu por todo o século XX, agora que os zelotas do marxismo ou os entusiastas de uma sociedade de matriz social-progressista reproduzem de uma forma desavergonhada o credo das sociedades capitalistas de inspiração substantivamente liberal – antes o seu alvo predilecto, objecto de todas as denúncias proletárias que procuravam antecipar qualquer e qualquer sociedade socialista – agora e sobretudo depois que o tal muro cessou de existir, esse mesmo debate ideológico segue o seu caminho “made in usa”, ou seja, reduzido a um debate entre o Conservadorismo vs. Liberalismo, de onde qualquer perspectiva ou equação socializante está e sempre esteve ausente.
Tudo isto a propósito do último livro de Ann Coulter - conservadora acérrima – best seller norte americano e objecto de uma fortíssima crítica por parte da generalidade dos Democratas (liberais).
Óbviamente nada sei sobre a totalidade do respectivo livro – nem provavelmente o poderei algum dia saber se ficar à espera da edição portuguesa, uma vez que os livros “à direita” não são objecto de disputa num mercado editorial marcado pela esquerda (com a honrosa excepção da Princípia). Simplesmente terei que esperar que os editores brasileiros o façam.
De qualquer modo, considerando algum do feedback que se vai reproduzindo nos talkshows, a fúria democrata contra Ann Coulter reside no facto de ela denunciar a utilização por parte do Partido Democrático de testemunhos e apelos de algumas viúvas das vítimas do 11 de Setembro, contra a política externa norte-americana, facto que, como é tradicional nos EUA, é pago a peso de ouro. Citando Ann Coulter “... those brods never earned so much money in their life....”.
Ora e é aqui que surge o ponto de interesse: a política e o respectivo debate ideológico sempre se fez e deve ser feito a partir de argumentos e elementos racionais que resultam de uma ponderação não dominada pelas emoções, ou pelo menos, onde estas não assumam o protagonismo. Quando a propósito da discussão sobre a política externa norte-americana se apresentam os relatos emocionados de viúvas das vítimas do 11 de Setembro, como é que se pode razoavelmente contra-argumentar? Como é que se pode responder sem que imediatamente nos cataloguem de cínicos ou insensíveis? Quando é a própria vítima que se apresenta como argumento político, é a emoção aquilo que passa a ser o denominador comum a toda a discussão e a partir desse mesmo momento, é a discussão que acaba. E daqui resulta uma conclusão muito simples: se o conservadorismo norte-americano partilhava com o partido democrata até ao presente momento, o capitalismo e o credo na economia de inspiração liberal, esse mesmo conservadorismo ganha agora a batalha dos valores (que sempre perdera) uma vez que, há falta de argumentos racionais, os Democratas americanos esgrimam os não-argumentos, ou seja, a emoção.
Sou bronco e depois???
Concordo que o país anda adormecido com tanto Mundial de Futebol na Televisão, na Rádio e nos Jornais. Concordo que nas ruas e empregos desta hortaliça à beira-mar plantada não se fala de outra coisa.
Não concordo que uma franja intelectualóide da sociedade portuguesa esteja permanentemente a chamar de obtusos a todos aqueles que gostam de futebol, que vibram com o futebol.
Eu não sou obtuso. Sou bronco e depois???
Não concordo que uma franja intelectualóide da sociedade portuguesa esteja permanentemente a chamar de obtusos a todos aqueles que gostam de futebol, que vibram com o futebol.
Eu não sou obtuso. Sou bronco e depois???
terça-feira, 27 de junho de 2006
SOMOS MESMO NÒS?
Comeco por informar que o teclado onde escrevo estas linhas nao da direito a qualquer tipo de acento, cedilha, til, e afins, pelo que solicito a maxima compreensao. De qualquer maneira nao deixa de ser um exercicio interessante.
No passado domingo, pouco tempo antes do jogo dos oitavos de final do Campeonato do Mundo de futebol, recebi o seguinte SMS no meu telemovel:
P-Persistencia
O-optimismo
R-Respeito
T-Trabalho
U-Uniao
G-Garra
A-Amor
L-Luta
Se acreditas em Portugal,... bla, bla, bla, .. envia esta mensagem aos teus amigos... bla, bla, bla... nao cortes a corrente.
Quando li a mensagem desatei à (descobri um acento) gargalhada.
Portugal - Respeito, Trabalho, Optismismo, Persistencia, realmente è de rir.
Fiquei com uma certeza, devem ser as pròprias empresas de telemòveis que colocam em circulacao este tipo de mensagens. Sò pode.
Ah, claro que nao reenviei mensagem nenhuma, peco desculpa à pessoa que me a enviou, de certeza com toda o espirito da coisa.
No passado domingo, pouco tempo antes do jogo dos oitavos de final do Campeonato do Mundo de futebol, recebi o seguinte SMS no meu telemovel:
P-Persistencia
O-optimismo
R-Respeito
T-Trabalho
U-Uniao
G-Garra
A-Amor
L-Luta
Se acreditas em Portugal,... bla, bla, bla, .. envia esta mensagem aos teus amigos... bla, bla, bla... nao cortes a corrente.
Quando li a mensagem desatei à (descobri um acento) gargalhada.
Portugal - Respeito, Trabalho, Optismismo, Persistencia, realmente è de rir.
Fiquei com uma certeza, devem ser as pròprias empresas de telemòveis que colocam em circulacao este tipo de mensagens. Sò pode.
Ah, claro que nao reenviei mensagem nenhuma, peco desculpa à pessoa que me a enviou, de certeza com toda o espirito da coisa.
segunda-feira, 26 de junho de 2006
news? what news?
A razão pode apenas ser uma: a de andarmos efectivamente todos, sem excepção, a dormir ou a sermos acordados por um qualquer pesadelo com o nome "um berro do perestrello" (portugal, portugal, portugal, portugal, portugaaallll!!!!! = síncope cardíaca). Porque razão não ouvi uma palavra sobre isto? Fica a interrogação.... (toda a história aqui).
O AMOR, O DESEJO E A LOUCURA
“PERDIDO POR BUSCARTE”
(Praça da Republica - Porto)
“EL DESEO ES UNA PERGUNTA CUYA REPUESTA NADIE SABE…”
(Rua Aníbal Cunha – Porto)
“TRANSMUTAR SU CARNE EN ALMA, LUEGO SU ALMA EN SUEÑO”
(Rua Sacadura Cabral – Porto)
“O MEU ABRAÇO TEM A FORMA DO TEU CORPO”
(Rua das Oliveiras – Porto)
“O MEU AMOR FILIA-SE NA LÓGICA DOS TEUS BRAÇOS”
(Rua das Oliveiras – Porto)
“O AMOR É UMA LOUCURA”
(Rua de Entre Campos – Porto)
“UM ÚNICO VERSO SERÁ UMA NÓDOA NO MEU POEMA”
(Rua das Oliveiras – Porto)
(Praça da Republica - Porto)
“EL DESEO ES UNA PERGUNTA CUYA REPUESTA NADIE SABE…”
(Rua Aníbal Cunha – Porto)
“TRANSMUTAR SU CARNE EN ALMA, LUEGO SU ALMA EN SUEÑO”
(Rua Sacadura Cabral – Porto)
“O MEU ABRAÇO TEM A FORMA DO TEU CORPO”
(Rua das Oliveiras – Porto)
“O MEU AMOR FILIA-SE NA LÓGICA DOS TEUS BRAÇOS”
(Rua das Oliveiras – Porto)
“O AMOR É UMA LOUCURA”
(Rua de Entre Campos – Porto)
“UM ÚNICO VERSO SERÁ UMA NÓDOA NO MEU POEMA”
(Rua das Oliveiras – Porto)
sexta-feira, 23 de junho de 2006
quinta-feira, 22 de junho de 2006
quando países vão e vêm
Ás vezes o calor pode-nos fazer mal. Retira-nos da atenção que devemos prestar ao mundo. Alguma justificação existe para que prossigamos distraídos enquanto outros países entram em colapso? Que desculpa arranjaremos para o descaso a que aparentemente remetemos a desconstrução da entidade histórico-cultural de influência universalista daqueles que chamamos nossos vizinhos, que habitam o que ainda conhecemos como Espanha e que com cada vez menos propriedade chamamos espanhóis?
O calor faz-nos mal e ainda mais mal nos faz quando acompanhado de doses industriais de bola e do patético que a sua náusea provoca em muitos, como seja aquele atrevimento de homenageando um tal de perestrello (que a única coisa que faz é berrar de um modo absolutamente insuportável o nome de Portugal, Portugal, Portugal, Portugal) estender a homenagem a todos os Portugueses. Vão à m***a!!!!!!!! Se hà coisa que qualquer português consciente da sua história e da respectiva cultura não quer, é ser homenageado porque agora estão uns gajos na Alemanha a dar uns pontapés numa bola e uns outros, que a esse propósito, perdem por completo o sentido das coisas e berram de uma forma descontrolada e demencial, até sucumbirem de síncope cardíaca! Se é a mim que assim pretendem homenagear, eu sinto-me imediatamente dispensado por ser patética e com cheiro a vómito, a homenagem!
Mas talvez sejam elas (as homenagens de trazer por casa, que despertam nos amantes da bola um sentido piedoso) a razão pela qual continuamos distraídos enquanto a Espanha colapsa. Porque sobre ela corre um ácido, um veneno balcânico que progressivamente a desmembra como entidade histórica e cultural unívoca: na Galiza instala-se uma guerrilha linguística, a propósito do uso do galego e do recohecimento da respectiva nacionalidade; a Catalunha agita-se e usa os cotovelos e o que vai sobrando do Estado espanhol, senta-se à mesa com a ETA, sem que esta tenha abdicado de qualquer das suas reivindicações independentistas.
O calor faz-nos mal e ainda mais mal nos faz quando acompanhado de doses industriais de bola e do patético que a sua náusea provoca em muitos, como seja aquele atrevimento de homenageando um tal de perestrello (que a única coisa que faz é berrar de um modo absolutamente insuportável o nome de Portugal, Portugal, Portugal, Portugal) estender a homenagem a todos os Portugueses. Vão à m***a!!!!!!!! Se hà coisa que qualquer português consciente da sua história e da respectiva cultura não quer, é ser homenageado porque agora estão uns gajos na Alemanha a dar uns pontapés numa bola e uns outros, que a esse propósito, perdem por completo o sentido das coisas e berram de uma forma descontrolada e demencial, até sucumbirem de síncope cardíaca! Se é a mim que assim pretendem homenagear, eu sinto-me imediatamente dispensado por ser patética e com cheiro a vómito, a homenagem!
Mas talvez sejam elas (as homenagens de trazer por casa, que despertam nos amantes da bola um sentido piedoso) a razão pela qual continuamos distraídos enquanto a Espanha colapsa. Porque sobre ela corre um ácido, um veneno balcânico que progressivamente a desmembra como entidade histórica e cultural unívoca: na Galiza instala-se uma guerrilha linguística, a propósito do uso do galego e do recohecimento da respectiva nacionalidade; a Catalunha agita-se e usa os cotovelos e o que vai sobrando do Estado espanhol, senta-se à mesa com a ETA, sem que esta tenha abdicado de qualquer das suas reivindicações independentistas.
Nós por cá enternecemo-nos de saudade pela demência ruidosa do perestrello, enquanto prevalece o mais absoluto silêncio sobre o destino Ibérico....
quarta-feira, 21 de junho de 2006
terça-feira, 20 de junho de 2006
woher ist asp?
desapareceu ASP
Encontra-se desaparecido desde princípios de abril o nosso mais estremoso e querido colaborador, que de desde o início deste espaço de partilha e de confrontação democrática - que o próprio denominou de feirafranca - sempre pautou as suas intervenções escritas, ou alusões gráficas, pelo fundamento equilibrado, pela subtileza do raciocínio e pelo brilhantismo de conclusões. A sua ausência penaliza-nos. O seu possível retorno e aparecimento presentear-nos-à de conforto.
Qualquer informação sobre o respectivo paradeiro será objecto das mais infinitas recompensas e de inesperadas laudas evengélicas!
A gerência agradece.
Obrigado.
segunda-feira, 19 de junho de 2006
quarta-feira, 14 de junho de 2006
santo antónio de lisboa
Agradecia que me explicassem porquê.
Porque é que todos os anos temos que gramar por horas a fio com as Marchas Populares de Lisboa. Que comam as sardinhas, que gramem o Santo António, não vem mal ao mundo por isso (pelo contrário!). Que levantem uns estúpidos de uns arcos com evocações decorativas que ninguém percebe e que marchem ora para a esquerda ora para a direita - quase parecendo uns tolos - ficando sempre muito aquém de qualquer coreografia que se perceba (quanto mais de uma que se goste), que o façam! Mas porque raio temos nós (o resto do país) que gramar com essa interminável gincana folclórica, com essa seca pegada de gente a marchar ao som de uma charanga de terceira categoria, com gordos e gordas de sardinha pregada no cabelo, esforçando-se por não dar barraca no ensaio coreográfico, sempre pobre e desprovido de interesse estético?
Porque raio temos nós (o resto do país!) que gramar com as coristas do Parque Mayer e a decadência do seu corpo artístico, com a cultura revisteira falida de que provêm e que mais não faz, do que dizer uma graçolas brejeiras de mãos na cinta, a marchar, com a projecção de voz de quem ainda vende sardinha e robalo no terreiro do paço, arrastando sempre a penúltima sílaba!
Que façam fila na Avenida, ás centenas de milhar! Que gramem e cultivem a cultura popular armada ao pingarelho! Mas deixem o resto do país em paz e dispensem-no da histeria televisiva que pretende fazer de uma porcaria sem graça, de um folclore de charanga (marchas populares de Lisboa) um novo Carnaval do Rio! Não obrigado! O resto do país dispensa essa faceta pela qual ainda se exprime um certo marialvismo lisboeta e seus modos brejeiros, que se gritam na Adega do Machado enquanto corre mais um fado vadio. Ao contrário do que nos pretendem fazer querer, nada existe nisso de distinto. Para nós o Cachucho e a respectiva ginginha, bem podem ficar pelo bairro de Marvila!
terça-feira, 13 de junho de 2006
sexta-feira, 9 de junho de 2006
quinta-feira, 8 de junho de 2006
PRIMEIRA PÁGINA
A detenção do jovem de extrema-direita (esse gajo impoluto…) que é preso pela PSP, no mesmo dia em que aparece numa reportagem a segurar uma semi-automática como se de nada se tratasse, vai ser assunto de primeira página do jornal Público, e de outros diários certamente. Pessoalmente, dado o caricato da noticia, sugeria que esta constasse da rubrica “Insólito” do mesmo jornal, na antepenúltima página. É o sítio que merece!
quarta-feira, 7 de junho de 2006
TUNING
Fico satisfeito por morar num concelho onde há muitos adeptos do tuning. O caro leitor poderá achar que eu simpatizo com este fenómeno tão intrínseco à nossa vivência concelhia, o que na realidade não é o caso.
Fico satisfeito porque, pensando bem naquilo que nos é importante, e que nos pode garantir uma vida relaxada, depois da saúde, podemos mencionar o dinheiro. Este, para a maioria dos cidadãos, deverá resultar do nosso esforço laboral. Pintando o quadro desta forma apraz-me pensar que, num mundo profissional altamente concorrencial, onde o indivíduo se tem de mostrar como uma mais-valia enquanto factor trabalho, existe uma grande parte que é logo relegada para funções intermédias, ou de base. Para o efeito, basta aparecer com o seu carro alterado aquando da entrevista individual, ou então, nos primeiros questionários de selecção pôr uma cruz no “Sim”, à pergunta:
Fico satisfeito porque, pensando bem naquilo que nos é importante, e que nos pode garantir uma vida relaxada, depois da saúde, podemos mencionar o dinheiro. Este, para a maioria dos cidadãos, deverá resultar do nosso esforço laboral. Pintando o quadro desta forma apraz-me pensar que, num mundo profissional altamente concorrencial, onde o indivíduo se tem de mostrar como uma mais-valia enquanto factor trabalho, existe uma grande parte que é logo relegada para funções intermédias, ou de base. Para o efeito, basta aparecer com o seu carro alterado aquando da entrevista individual, ou então, nos primeiros questionários de selecção pôr uma cruz no “Sim”, à pergunta:
-
“Gosta de Tuning?”
-
Aliás, isto do tuning é uma “modernice”. Ainda sou do tempo em que este fenómeno era rei nos veículos de duas rodas. É certo que o meio de transporte não é o mesmo, mas aquilo que importa, "O Espírito", esse estava lá, não há que negá-lo! Mais! Num paralelismo inquestionável (ou não…) à falta de rádio Kenwood a debitar decibéis, quem não se lembra do escape de rendimento - um ou dois furos, consoante o caso - a debitar um barulho ensurdecedor, que nos punha a todos perto da loucura?! Em boa verdade, dos poucos momentos em que achei que estava lá perto, tenho sempre um flash duma moto a passar.
Bons tempos esses, que faziam de Santa Maria da Feira o concelho com mais ciclomotores de Portugal!
terça-feira, 6 de junho de 2006
segunda-feira, 5 de junho de 2006
sexta-feira, 2 de junho de 2006
samplado
Santa Maria da Feira, 02 de Junho de 2006.
Caríssimo e prezado jam:
Poder-lhe-á parecer estranha esta outra forma de comunicação pela qual lhe faço chegar uma surpresa. Contudo, o papel e a caneta obedecem a um propósito claro. Efectivamente, nos dias que correm sentar e escrever cartas usando tais artefactos parece um exercício de loucos. Na sensação que nos causa - ou na sensação que causa em outros, que apenas a podem imaginar - deve ser mais ou menos semelhante àquela de vermos, nos filmes, gente a usar máquinas de escrever, ou a atender os telefones que tocavam ruidosamente, num local determinado da residência. Qualquer boa cena num filme desses outros tempos, envolvendo telefones, começaria sempre com um plano aproximado do mesmo, tocando furiosamente durante intermináveis segundos, e cujo desamparo ruidoso na divisão da dita casa (que percebíamos sempre ao fundo) era interrompido pelo braço de alguém levantando o auscultador, que a câmara passava depois a acompanhar no movimento de o levar ao ouvido, altura em que tomávamos conhecimento da personagem que atendia e do potencial equívoco que desse modo se instalava no enredo (do outro lado, alguém perturbado mas em profundo silêncio pousava por sua vez o auscultador, sem responder às constantes interrogações desse outro que atendera: “Hallo?” “Hallo?”).
Tudo isto prezado jam – papel e caneta incluído – para lhe recordar aquela outra polémica em que me vi envolvido no blog para o qual modestamente contribuímos, a propósito de um post sobre lloyd cole e do facto de o mesmo ter agendado um espectáculo para a Baixa da Banheira, depois da respectiva actuação em Santa Maria da Feira - um retumbante sucesso, como pudemos perceber. Não é a ela que pretendo agora regressar (à polémica). Lembro-me apenas que tendo nela o caríssimo jam adoptado uma posição mais ou menos neutra (de resto nunca fora fã de Mr. Cole), termos ambos concordado que aquilo que musicalmente melhor poderia acontecer ao caríssimo lloyd cole, seria ser samplado e sequenciado por um qualquer bom DJ de serviço (o que a grande maioria dos outros interlocutores terá achado estranho). Pois olhe o que eu acabo de descobrir: embora não sendo exactamente aquilo em que ambos estaríamos a pensar (samples, DJs e sequenciadores) há agora uma rapaziada de Glasgow (curiosamente, cidade onde antes de ser músico o Sr. Lloyd estudou filosofia) que tendo formado uma banda pop de nome Câmara Obscura (literalmente) acabou de lançar um single ”lloyd, I´m ready to be a heartbroken” numa clara alusão a um outro e antigo single de Lloyd Cole and the Comotions, que por sua vez perguntava como título de canção “Are you ready do be a heartbroken?”
O que se torna inusitado mas manifesto em tudo isto, ainda que passando ao lado de DJs e do sampling, é descobrir que se leva já suficiente tempo na Terra para que uma outra geração comece a achar inspiradora o conjunto de tralha a que prestaras atenção quando adolescente e olhe para ela com a mesma sensação com que a minha geração olha agora para as máquinas de escrever!! Talvez também eu comece também a precisar de ser samplado. Há para o efeito, algum DJ de serviço? Irei indagar na DFA ou na Compost. Recomenda Rainer Trüby?
Com os melhores cumprimentos,
Fritz
quinta-feira, 1 de junho de 2006
O NORTE - por MIRONE
Comentário do nosso assíduo comentador Mirone, que decidi transformar em post.
Muito obrigado.
Já agora, apesar de me estar a desviar do tema em causa, vou aproveitar a deixa do prezado Fritz e partilhar convosco um texto de Miguel Esteves Cardoso. Se tiverem coragem (pelos motivos obvios!!!), leiam-no, na minha opinião dá que pensar:
“Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram. Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.
Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro. Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade.
(...)
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
(...)
O Norte é a nossa verdade.
Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o 'O Norte'.
Defendem o 'Norte' em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer 'Portugal' e 'Portugueses'. No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como 'Norte'. Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?'
Enfim? O NORTE É O NORTE? E O RESTO?............É CONBERSA? “
- Miguel Esteves Cardoso
Enviado por Mirone
Muito obrigado.
Já agora, apesar de me estar a desviar do tema em causa, vou aproveitar a deixa do prezado Fritz e partilhar convosco um texto de Miguel Esteves Cardoso. Se tiverem coragem (pelos motivos obvios!!!), leiam-no, na minha opinião dá que pensar:
“Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram. Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.
Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro. Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade.
(...)
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
(...)
O Norte é a nossa verdade.
Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o 'O Norte'.
Defendem o 'Norte' em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.
O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer 'Portugal' e 'Portugueses'. No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como 'Norte'. Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?'
Enfim? O NORTE É O NORTE? E O RESTO?............É CONBERSA? “
- Miguel Esteves Cardoso
Enviado por Mirone
mainstream dos casamentos
Quem quer oferecer toda a comida deste Mundo e do outro, escolhe que a cerimónia religiosa se realize antes do meio-dia para poder dar almoço, lanche, jantar e ceia (sem contar com o pequeno almoço aos parentes na casa de cada um dos noivos antes da saída para a igreja). Esse horário é também o preferido daqueles que acham piada ao facto de a noiva ter que se levantar às 6 horas da madrugada para começar o chorrilho de preparativos que incluem cabelo, make-up, manicure.
Quem casa fora das estações outono/inverno é porque não se importa de ter temperaturas de 30º logo a partir das 8 horas da manhã, é indiferente ao facto de nas suas fotografias de casamento toda a gente aparecer com cara de quem saiu de um forno a lenha, não se importa que o verde-branco escorregue melhor e que, por isso, os seus parentes vão fazer figuras tristes na pista de dança, não se importa de ter tido que tratar de tudo com 2 anos de antecedência e ter que pagar os olhos da cara pela festa.
Há sempre gente que desilude com as respectivas fatiotas, seja o sobrinho que vai com o fato da comunhão, seja a tia que aparece, às 11 horas da manhã, a resplandecer de lantejoulas, seja a prima francesa que se lembra de levar chapéu.
Há muitos convidados que não se importariam de não ter sido convidados.
As mães dos noivos travam uma guerra fria sobre quem vai mais bem vestida.
Os pais dos noivos fazem contas.
Há sempre gente que se atira de forma menos contida às gambas.
Quando os noivos vão entregar o ramo à Nossa Senhora a meio da cerimónia não rezam porque estão a fazer poses para o fotógrafo.
Os solistas dos coros residentes das igrejas fazem má figura.
O noivo aparece com cortes de gillette na cara.
O sapato da noiva magoa-lhe os pés.
A fruta aparece esculpida nas mais inimagináveis formas, e já foram vistos leitões assados colocados em cima de mini-bicicletas.
O cetim, apesar de ser uma péssima opção para vestidos, aparece frequentemente como matéria prima do da noiva e do das convidadas. O cetim é um tecido barato, cujo brilho é de mau gosto e nunca substituirá a seda.
Em vez de proporcionar o efeito de um sereno e simpático chuvisco, há convidados que gostam de atingir o novo casal atirando com o arroz de forma violenta.
Quando o arroz atinge os noivos, vai suado das mãos dos convidados.
Os meninos das alianças acham graça calcar o véu da noiva.
DIZ-ME O TEU NOME DIR-TE-EI QUEM ÉS
Tomo como certo que, tal como eu, grande parte das pessoas desenvolve uma associação positiva ou negativa aos nomes. Pois bem, denuncio aqueles (abreviaturas, essencialmente!) que considero encerrarem em si uma certa carga negativa/depreciativa, aos seus detentores:
- Zezinando
- Nel
- Toni
- Neca
- Zezinando
- Nel
- Toni
- Neca
- Tonel
- Bita
- Nando
- Tono
- Nelo
Que me desculpem os titulares! Recordem-se no entanto que podem sempre optar pelo verdadeiro nome.
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