Ontem tive a oportunidade de ir fazer compras a uma grande superficie instalada na nossa cidade, e porque não dizê-lo, o Feira Nova.
Dirigindo-me à zona dos legumes e frutas, tive a oportunidade de assistir a algo que, sem dúvidas, é um exemplo crasso daquilo que muitos chamam de globalização.
Para quem observa atentamente, e não se limita a introduzir produtos nos sacos, está bem visivel a origem de todos os produtos.
Para um país que se orgulhava (não sei se se orgulha ainda) da sua agricultura foi curioso ver que apenas dois tipos de fruta, em cerca de 14, eram oriundos de Portugal, o melão e a laranja.
O resto tinha como proveniência paises tão dispares como o Panamá, Venezuela, Costa Rica, Argentina, e claro, muito da vizinha Espanha.
É espantoso que uma grande empresa como o grupo Jerónimo Martins, com toda a certeza à custa da desculpa da globalização, não tenha uma maior preocupação com a origem dos seus produtos.
Mas mais espantoso ainda, é a quase nenhuma preocupação dos consumidores com essa mesma origem.
Não admira a situação em que a nossa agricultura se encontra.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Posso-te afirmar que sai mais barato importar um navio cheio (porque são estes os volumes!)de laranja, do que a mesma quantidade comprada cá! A razão é esta
liebler asp:
warum jede portugieser dass ich kenne, sagt immer über seinen Land (und auch MEINE Land) als "diese Land" und nicht "meine oder deine, oder unsere Land". Bist du nicht portugieser asp? Ist nicht deine Land Portugal? Es ist sehr, sehr fremd ...
Caro Fritz:
Certamente por manifesta desatenção, atribuiu-me, de forma equívoca, a autoria do texto que comenta.
Por forma a salvaguardar os direitos do autor - amf -, não podia deixar de efectuar o presente reparo.
liebler amp:
Du bist richtig! Entschuldigung.
De qualquer forma não deixam as minhas interrogações de ser pertinentes (agora na língua de Camões):
Caro amf, porque é que cada português que conheço refere-se sempre ao seu país como "este país" e não como "o meu, o teu ou o nosso país." Os portugueses não têm pátria? Não és tu amf português? Porquê essa coisa sempre "exterior" e desenraízada do "este" país? Muito, muito estranho....
Bastante pertinente.
Não que me considere menos patriota por ter este discurso.
Mas se voltarmos atrás pouco mais de um ano, lembramo-nos da surpresa que foi, para todos nós, a atitude de espirito patriota que foi a colocação das bandeira durante o Euro 2004.
Algo nunca visto neste país.
Sem dúvida que, se lá fora, defendemos acérrimamente o nosso país, e temos orgulho em dizer que
somos portugueses, cá dentro a situação muda bastante.
Essa coisas "exterior", como diz, deve-se, na minha perspectiva, a uma série infindável de factores,
de que são exemplos alguns dos posts colocados neste blog. A falta de interesse da grande maioria das pessoas na politica, por manifesta falta de confiança nos politicos, que leva a uma falta de confiança no país e a um constante pessimismo. Que dizer da "falta de vontade" para pagar impostos, da importância que se dá aos clubes em detrimento da equipa das quinas, da fantástica recepção que se dava, hoje nem tanto, a toda a música estrangeira, do conhecido espirito português(hoje felizmente menos visivel) de que o que é estrangeiro é que é bom, continuamos a ter muita massa cinzenta que tem que abandonar o país para ser reconhecida, já que no nosso país as oportunidades estão cingidas aqueles que têm as melhores cunhas, e por aí fora.
Por tudo isto, e muito mais, não admira que muita gente, por vezes, não se reconheça neste país.
E se considera isso um factor negativo, se esses estiverem dispostos a fazer algo para que as coisas mudem, até pode ser encarado como algo de muito positivo.
Para quem faz do transporte de mercadorias a sua vida, muito me estranha a posição do comentador Antonov.
Enviar um comentário