O ESPECTRO (ASSUSTADOR) DA CRIMINALIDADE ECONÓMICA ORGANIZADA
A Europa tal qual a conhecemos tem vindo a ser assolada por uma nova e assustadora fenomenologia... Paira sobre as diversas sociedades democráticas do nosso Velho Continente uma verdadeira e terrível ameaça que urge combater: o espectro da criminalidade económica organizada.
Com efeito, como reconhece o sociólogo suíço Jean Ziegler (um profundo estudioso e conhecedor desta problemática), nos últimos anos é indesmentível o aparecimento de «novas máfias», as quais, actuando na «sombra», de forma velada e sob disfarce, dispondo de «homens de mão», tiram partido de várias situações. Aquelas que mais se destacam são: o colapso do comunismo (como acontece com os verdadeiros «clãs» de mafiosos tchetchenos, organizados em cartéis); a decadência de certos Estados (casos do criminoso Monzer Al-Kassar, da Síria, e de Agha Hasan Abedi, paquistanês, fundador do Banco BCCI que concedia, em condições profundamente duvidosas, créditos astronómicos aos mais variados Governos – principalmente árabes e africanos); as facilidades da tão propalada globalização, das novas tecnologias (a sociedade da informação) e da evolução do sistema financeiro (através dos negócios de elevado risco; dos ganhos e volatilidade dos novos produtos financeiros, como os futuros e os derivados – relembre-se o caso Barings –; das fusões bancárias, etc.); e, porfim, a mundialização do liberalismo.
Ora, o carácter arbitrário e mutável desta criminalidade organizada traduz-se na sua profunda sensibilidade e capacidade de sobrevivência e adaptação às evoluções histórica, política, sociológica e tecnológica. Na sua aptidão para criar defesas (controlando o Estado e a Administração Pública, desenvolvendo uma actividade económica ilegal que compete, em condições muitas vezes de supremacia – senão mesmo de hegemonia – com a actividade económica legal), frustrando assim as formas de luta que lhe são dirigidas. Pelo contrário, as chamadas instâncias formais de controlo (os Tribunais e as Polícias), sobretudo na sua modalidade de investigação criminal, estagnaram, tornando a luta profundamente desigual. Com as fracas armas de que actualmente dispõem, os juízes, os procuradores e as polícias caminham, caso não se inverta este rumo, para o fracasso, para a derrota certa.
Com efeito, como reconhece o sociólogo suíço Jean Ziegler (um profundo estudioso e conhecedor desta problemática), nos últimos anos é indesmentível o aparecimento de «novas máfias», as quais, actuando na «sombra», de forma velada e sob disfarce, dispondo de «homens de mão», tiram partido de várias situações. Aquelas que mais se destacam são: o colapso do comunismo (como acontece com os verdadeiros «clãs» de mafiosos tchetchenos, organizados em cartéis); a decadência de certos Estados (casos do criminoso Monzer Al-Kassar, da Síria, e de Agha Hasan Abedi, paquistanês, fundador do Banco BCCI que concedia, em condições profundamente duvidosas, créditos astronómicos aos mais variados Governos – principalmente árabes e africanos); as facilidades da tão propalada globalização, das novas tecnologias (a sociedade da informação) e da evolução do sistema financeiro (através dos negócios de elevado risco; dos ganhos e volatilidade dos novos produtos financeiros, como os futuros e os derivados – relembre-se o caso Barings –; das fusões bancárias, etc.); e, porfim, a mundialização do liberalismo.
Ora, o carácter arbitrário e mutável desta criminalidade organizada traduz-se na sua profunda sensibilidade e capacidade de sobrevivência e adaptação às evoluções histórica, política, sociológica e tecnológica. Na sua aptidão para criar defesas (controlando o Estado e a Administração Pública, desenvolvendo uma actividade económica ilegal que compete, em condições muitas vezes de supremacia – senão mesmo de hegemonia – com a actividade económica legal), frustrando assim as formas de luta que lhe são dirigidas. Pelo contrário, as chamadas instâncias formais de controlo (os Tribunais e as Polícias), sobretudo na sua modalidade de investigação criminal, estagnaram, tornando a luta profundamente desigual. Com as fracas armas de que actualmente dispõem, os juízes, os procuradores e as polícias caminham, caso não se inverta este rumo, para o fracasso, para a derrota certa.
Este fenómeno constitui, pois, repita-se, uma ameaça séria para os alicerces de qualquer sociedade organizada. Poderemos mesmo estar perante aquilo que Jean Ziegler qualifica de «início de ruptura civilizacional». É que o perigo e o inimigo «dormem e descansam» no nosso seio, urgindo despertar.
É, então, fundamental dotar a investigação criminal de método, de um conjunto de procedimentos e meios de pesquisa adaptados a esta necessidade premente de desentorpecer este combate que, nos dias de hoje, é caracterizadamente dissemelhante.
Fica, pois, a preocupação e o alerta.
2 comentários:
Deveres do Estado:
-(...)
- "Proteger os cidadãos das forças de segurança"
- (...)
Acrescentava ao titulo a palavra POLITICA.
Ou seja, O ESPECTRO (ASSUSTADOR) DA CRIMINALIDADE ECONÓMICA E POLITICA ORGANIZADA.
Se há coisas que hoje estão intimamente ligadas são a politica e a economia.
Nunhuma delas sobrevive sem a outra.
A criminalidade económica, e perante o que foi muito bem escrito, tem a sua grande defesa na criminalidade politica.
Infelizmente uma praga nos nossos dias.
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