Primeiro, ao começar a falar de futebol com um nigeriano e ele desatar a dizer-me que em Portugal gostava muito do Vitória de Setúbal, mas quem ele mesmo apoiava era o João Pinto. Que era do clube onde o João Pinto jogava. Primeiro do Benfica, depois do Sporting e agora do Braga.
Depois falar com um congolês, e ele desatar a falar-me do Barroso, e do Socrátes, do Salazar, do 25 de Abril e da Revolução dos Cravos, e informar-me que no liceu estudavam a história recente de Portugal.
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1 comentário:
Caríssimo amf:
o Zaire, agora designado por República Democrática do congo e anterior congo belga, foi objecto da primeira referêrncia para o mundo ocidental, através de Diogo Cão, que pela primeira vez estabeleceu contactos com tais culturas e estruturou as referências geográficas de toda aquela zona de África (entre 1482-1486) tendo sido dos primeiros a abordar o respectivo interior, sulcando o rio Zaire, muito antes de Livingstone, Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens o fazerem no século XIX, tendo toda aquela zona territorial africana sido objecto de diferentes tratados internacionais tendentes á autonomização política de tribos africanas, e que hoje são ainda objecto de disputas políticas, como é o caso de Cabinda (tratado de simulambuco 1885) celebrado entre a coroa portuguesa e chefes locais cabindas. Não deve pois espantá-lo o facto de os Congoleses estudarem história de Portugal, até porque aquele mesmo território desde sempre objecto de disputa inglesa e portuguesa, até à respectiva compra por Leopoldo II rei da recém constituída monarquia da Bélgica.
O problema é que hoje em dia no nosso país, priviligia-se a tal ponto a informação dos figos, joão pintos, nanis e ronaldos que se julga que nós somos hoje apenas isso e que há toda uma dimensão cultural que persiste muito para lá do rectângulo (de uma forma geral, são outros quem a valoriza e não nós!).
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