segunda-feira, 25 de setembro de 2006

hugo chavez

Há quem permaneça ideologicamente órfão.
Quem activamente (durante anos de vida) se tenha empenhado em denunciar a exploração capitalista e a anunciar as virtudes inigualáveis da percepção marxista das coisas, sem excepção.
A queda do mundo de Berlim e as manifestas evidências que daí resultaram quanto ao que tinha representado para os povos, o socialismo real, a experiência histórica e política do marxismo-leninismo e o seu total falhanço, trouxe para todos eles a orfandade.
Muitos largaram a ortodoxia mecanicista com que analisavam as estruturas do poder e da economia e refugiaram-se no confortável simplismo da recusa do mundo económico e social tal qual ele hoje se apresenta, transfronteiriço e global. Para todos esses, hoje, é o tempo da internacional rebelde, do combate à globalização e da proposta do alter-global (sem que verdadeiramente se descortine o que tal poderá representar) é o tempo do Fórum Social Mundial (como desafio alternativo ao Fórum Económico Global de Davos) que assentou terreiro em Porto Alegre e se dedica ás divagações anárquicas e envergonhadamente marxistas de Ramonet, Chomsky e Neri.
Quanto a tudo isso, creio que todos podemos muito bem, que se dediquem e se perguntem!
O que depois não se percebe é como podem ganhar crédito político junto dessa orfandade ideológica, figuras politicamente grotescas e ridículas como é o caso do presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que expõe ao burlesco e ao riso, todo um povo que merece, no mínimo, ser representado pelo seu chefe de estado, com dignidade. Evo Morales, teve pelo menos o descernimento de brandir uma folha de coca e deixou-se dee mais palhaçadas.
Se esperança é posta em Hugo Chavez como paladino desse outro modo de entender o mundo (o mundo da alter-globalização, aquele que carregue consigo ainda, a marca da utopia e do internacionalismo socialista) então muito pouco crédito deverá ser-lhe dado, e a conclusão não se afastará de todas as outras que até ao presente têm sido estabelecidas: a de que não há uma única ideia válida na alter-globalização e de que a ortodoxia das ideias em que supostamente se alimenta, deu lugar aos pontapés e a um voluntarismo longe de qualquer racionalidade …

1 comentário:

lololinhazinha disse...

Caro Fritz,

Não nos esqueçamos que esse povo, o tal que merece ser representado pelo seu chefe de estado com dignidade, elegeu este senhor como seu representante. A partir daí...