sexta-feira, 7 de abril de 2006

LÁ POR FORA 2


Coisas de que sentimos falta em Portugal quando vamos a certos países europeus.

O civismo, a ordem e a segurança.

A pouca policia na rua; a "confusão" de pessoas, bicicletas, carros e transportes públicos, cada um deles com os seus semáforos, a funcionar na perfeição; a limpeza e certos pormenosres nas vias públicas que indiciam um civismo que em Portugal não existe.

8 comentários:

fritzthegermandog disse...

Caro amf e mirone,

entristece-me sempre a ideia, que tem expressão no presente texto, de que a única coisa que nos resta como portugueses que somos, é aprendermos lições dos outros países - nomeadamente, na limpeza, na segurança, no civismo.
Quando assim se acredita, de que existe um mundo de iluminados para lá das nossas fronteiras, eu acho que estamos a ver as coisas bastante ao contrário.
A base civilizacional desses outros países que muito estimam o amf e a/o mirone é mediterrânica. Aliás, a base civilizacional do que hoje designamos por ocidente, é uma base mediterrânica, substantivamente Latina, logo directamente relacionada e originada naquilo que é, naturalmente, o nosso modo de vida. A única coisa que todos esses outros iluminados países pretendem - e que causam tanta admiração no caríssimo amf e mirone - é aproximarem-se dessa tipologia de vida de inspiração mediterrãnica e latina: por isso mesmo é que alguns deles até se lavam, até apreciam peixe e legumes, gostam de vinho, usam de alguma cortesia no relacionamento, chegam a importar-se com os vizinhos, e quando assim o tempo permite instalam esplanadas nas praças, e a esperguiçar-se ao sol de verão na grécia, na itália, no sul de frança, no sul de espanha e, abençoados de nós, por alguma razão que muitos teimam em querer desconhecer, também gostam de vir para a nossa atrasada terrinha, muito pobre, muito pobre, com muita pouca cultura, coitada!! Aqueles desses outros países que chegam a ser verdadeiramente inteligentes e cultos, uma vez reformados, compram a sua casinha na provença francesa, na toscânia, nas baleares, e mais uma vez nos atrasadinhos dos portugueses, ali pelo alentejo, ou pelo algarve, coitadinhos de nós, que somos muito porcos e muito brutos, graças a Deus! Esses valões, bávaros, moldavos, boémios, eslavos, quando se sentam a uma mesa usando de corteisa e acompanham um peixe grelhado com um vinho branco, prescindindo da sua dieta de salsichas e sopas de aveia com leite de cabra, é que são
os bons, os "verdadeiros" europeus!Nós, a essência civilizacional do que eles tentam imitar, é que não valemos nada!
Caríssimos amf e mirone: a europa somos nós, os mediterrânicos, não são os bárbaros, a quem a romanização não chegou (essa ficou junto ao reno e por muito pouco tempo). Se nós temos problemas? Temos. Mas não há sítio do metro de paris - cidade-luz - que não tresande a mijo, e nâo haverà lixo no châo em qualquer cidade nórdica porque ninguém se põe em fevereiro a comer gelados ou chocolates, de luvas e kispos de penas, ou então a fazer piqueniques. O facto de nos permitirmos fazer determinadas coisas - porque fomos abençoados para esse efeito - traz igualmente outros inconvenientes, que seria bom tentarmos perceber.

amf disse...

Caro Fritz,

Penso que já entendemos a sua posição, e penso também que já percebeu a minha.
Para as mesmas coisas quase sempre há, pelo menos, duas posições diferentes.
É o caso, enquanto eu valorizo mais certas coisas, o caro amigo valoriza outras.
E acredite, que muito mais tinha para dizer sobre o assunto, aquilo que aqui publico é quase nada para aquilo que penso.

fritzthegermandog disse...

CAro amf,

a questão nestas nossas disputas, a propósito do que somos - disputas sempre interessantes, porque correspondem à riqueza de pontos de vista diversos - é que eu temo e quase tenho a certeza que o seu desejo de igualarmos em certos aspectos outros povos, é uma batalha absolutamente perdida. Nós nunca teremos o rigor que a generalidade dos alemães exibe, nem os alemães terão a delicadeza de trato que nos é comum. eu não acredito na transformação dos povos por Decreto. Acredito naquilo que são por essência, com uma ou outra nunace. E por isso procuro priviligiar aquilo que somos, do que desejar por aquilo que nunca alcançaremos. Eu não vejo alemães a suspirar pela delicadeza de trato dos portugueses, nem vejo ingleses a aspirar pela capacidade artística dos italianos. Nós somos o que somos e disso poderemos tirar muito mais partido, do que ambicionarmos ser o que é de outros. Esta a permissa sobre a qual a presente discussão se torna possível. E acredite que ela também não se resume à comida e à meteorologia...

amf disse...

Caro Fritz,

Completamente de acordo com o seu último comentário.
Também não acredito na mudança dos povos por decreto, então do povo português muito menos.
Se em alguns países isso até poderia ser possivel, no nosso, se houvesse algum decreto nesse sentido, logo se haveria de conseguir forma de o conseguir ultrapassar.
Exactamente por termos consciência dos defeitos e virtudes dos diferentes povos, e, como disse antes, valorizarmos de maneira diferente essas qualidades, temos opiniões diferentes.
Não penso que pertendo mudar a essência do nosso povo, exactamente por saber que isso é impossível, é que sou tão critico.

fritzthegermandog disse...

Caro amf,

Compreendo o seu ponto de vista!

El Torero disse...

Caro AMF,

Gostei da foto.

O número 4 corresponde aos segundos que faltam para mudar o sinal? Gostava de ter essa funcionalidade cá, para verificar quanto tempo precisaria para atravessar cada rua da nossa cidade.

ASP disse...

Caro Fritz:
Não haverá contradição entre a sua postura nestes comentários e aquela que deixa plasmada nos seus belos Diários CB2000?

Maffa disse...

Olá! entao gostaste de Copenhaga estou a ver...
Essa Pastelaria da foto é das MELHORES de Copenhaga... uma delícia de bolos de todo o tipo!