“... das coisas absolutamente irrepetíveis, há quem não queira fazer caso. Há quem não queira acreditar que o jeito nos pés, a magia que faz, ora rodopiar, ora entrelaçar uma bola, não depende do vigor com que nos possa crescer um bigode – por muito vigoroso que ele se revele – nem depende das imitações baratas e muito pouco rigorosas dos cortes de cabelo, arquitectados pelo saber estético do barbeiro da aldeia a que acresceu uma inspiração de pénalties e bagaço. Ás aproximações, às tentativas de repetir o irrepetível, eu costumo dizer que, antónio violante chalana só houve um e haverá apenas um, porque o que existiu para lá do cromo – a tridimensionalidade do empenho rebaixado na condução da bola, o pequeno salto depois do golo, a finta irrepetível que deixou o adversário pregado ou estendido – serve apenas os predestinado, e não os seus aspirantes, por muito bem que até possam ficar na fotografia.”
In “Diários de Chalana” volume XIX (reflexões)
In “Diários de Chalana” volume XIX (reflexões)
Edição da Câmara Municipal do Barreiro
Sem comentários:
Enviar um comentário