Já passaram mais de três meses sobre as eleições autárquicas. O decurso desse tempo permite, agora, uma análise mais serena, ponderada, justa e razoável dos resultados eleitorais. Neste escrito, analisar-se-ão, essencialmente, os dos vencedores, atribuindo-se-lhes, dessarte, a primazia que a sua folgada vitória justifica.
Ora, legitimado pela maioria que, insofismavelmente, conseguiu no dito acto eleitoral, verifica-se, desde logo, que Alfredo Henriques gizou e esquadrinhou, a seu bel-prazer, sem restrições, condicionalismos ou condicionantes, de maior ou de relevo, o executivo camarário do Município de Santa Maria da Feira.
O autarca distribuiu – sem grandes surpresas, diga-se! –, os pelouros pela Vereação. Antes de tudo mais, conseguiu algo, que até nem é novo, e que foi não envolver o PS nas responsabilidades da vereação, com todas as vantagens e inconvenientes que desse acto poderão, ou não, advir. Depois, parece ter conferido uma «força especial» ao PSD local, com a «novidade» Emídio Sousa e o reforço (?) do papel de Amadeu Albergaria. Trata-se, porém, de uma «força» aparente. E tal assim é, desde logo, na estrita medida em que escolhe, uma vez mais, um «nº.2»: Sá Correia. Só que, desta vez, fá-lo, optando por alguém sem filiação partidária ou ligação (conhecida) ao sistema, por uma figura de uma certa proeminência, dirão alguns, com muito relevantes e específicas funções.
Alfredo Henriques consegue, pois, nesta distribuição, uma vitória significativa: impôr ao PSD a escolha de um Vice-Presidente sem cartão partidário! As razões de tal imposição, e «acantonamento» laranja, poderão estar relacionadas com o facto de Sá Correia ser um homem de confiança de Alfredo Henriques e este privilegiar a confiança pessoal e a amizade às obrigações decorrentes da comum e banal militância partidária. Mas tais razões poderão também estar relacionadas com o facto de no último mandato as coisas, neste particular «sucessório», não terem corrido muito bem ... Mas, questiona-se, e desta vez? Será que vão correr melhor? Até quando será Sá Correia o «nº. 2» da Autarquia? Apenas na primeira metade do mandato? Sendo depois ... promovido? Substituído? Removido? Atraiçoado? Qualquer outra coisa terminada em «...ado» ou em «...ido»? Aceitam-se apostas, palpites, prognósticos, etc.?