sexta-feira, 4 de novembro de 2005

para a finlândia, com amor



E por vezes as noites duram meses,

E por vezes os meses oceanos

E por vezes os braços que apertamos,

nunca mais são os mesmos. E por vezes,

encontramos de nós em poucos meses,

o que a noite nos fez em muitos anos.

E por vezes fingimos que nos lembramos,

E por vezes lembramos que por vezes,

ao tomarmos o gosto aos oceanos,

só o sarro das noites, não dos meses,

lá no fundo dos copos encontramos.

E por vezes sorrimos ou choramos,

E por vezes, por vezes ah, por vezes,

num segundo se evolam tantos anos.

David Mourão Ferreira.

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