SÃO SÓ 1600 PESSOAS…

Nem queria acreditar nas palavras do Sr. Presidente da Câmara, quando lhe foi perguntado, pelo Jornal Terras da Feira, o que achava da extensão do metro do Porto até à cidade da Feira:

“Temos cerca de 1600 pessoas por dia a fazer a viagem entre a Feira e o Porto. Não é com 1600 pessoas que se justifica o investimento do metro.”

Muito sinceramente, esta resposta admite-se?!

Ou será que o Presidente quis passar todo este conjunto de mensagens? A saber:

• A Feira, é só a cidade. O metro, a existir, deveria ter obrigatoriamente apenas duas paragens: uma na Feira e outra no Porto, tal e qual como acontece entre Matosinhos e o Porto. (Entra-se em Brito Capelo e só se sai nos Aliados, ou vice-versa...)
• Este concelho, é tão pouco dinâmico, que as pessoas não se deslocam entre as freguesias, bem como não há ninguém que trabalhe nos concelhos de Gaia e Matosinhos. Excepção feita a esses 1600 vendidos, que preferem trabalhar no Porto!
• Não há estudantes neste concelho, que tenham de estudar no Porto, além dos naturais da freguesia de Santa Maria da Feira.
• O facto da Feira ter uma ligação de metro ao Porto, não iria beneficiar em nada as populações dos concelhos vizinhos.
• A vinda do metro não traria uma nova mobilidade para o concelho, bem pelo contrário, iria criar desemprego, por afectar a indústria automóvel da qual dependemos tanto!

Para além do jornalista, que não soube pedir uma explicação mais decente, há alguém que vá nisto?!
Eu interrogo-me: Por que razão aderimos à área metropolitana do Porto? Com este tipo de argumentação, atrevo-me a dizer que não era necessário um nó da AE, para esta cidade.

Caro Presidente, se não é capaz de fazer ou exigir, é melhor dizê-lo. Se não o quiser fazer, perca mais algum tempo, mas invente outra desculpa. Agora, não faça é de nós parvos! Para mim, o problema há-de ser sempre o mesmo!