terça-feira, 3 de outubro de 2006

Há um clube cá da terra...

É um clube subsidiado por dinheiros públicos, ao abrigo da legislação que regula o apoio à prática do desporto amador.
Contudo, o desporto amador é utilizado, como na generalidade dos outros clubes, para servir propósitos relacionados com o escalão profissional, nomeadamente com a expectativa de que alguns dos jovens talentos possam vir a beneficiar financeiramente o clube através da venda do seu passe ou prestação dos seus serviços após passagem pelos escalões de transição.
Os escalões de formação, apesar do apoio municipal, apresentam atletas praticantes provenientes de outros municípios e, por vezes, de outros continentes, cuja presença cá se deve ao esforço activo dos clubes. Estes atletas são remunerados, a título de subsídio. Dão-lhes casa, comida e dinheiro. Curiosamente, os atletas locais pedem dinheiro aos pais para poderem pagar o seu direito à formação providenciada pelo clube.
Há atletas profissionais que assinam recibos cujo montante difere do realmente pago.
Não convém dizer qual o clube, pois o futebol move muita gente, e demasiados poderes. Além disso, essas pessoas responderiam, em surdina, que é assim em todo o lado, e muitas vezes pior.
Eu, contudo, acho que o desporto é mais do que resultados, e devemos ensinar isso mesmo aos jovens. Há princípios. Ou seja, acho que esta prática deve deixar de ser subsidiada com dinheiros públicos.

1 comentário:

ZGarcia disse...

Acontece que as federações dos diferentes desportos, inscrevem depois os atletas desses clubes e utilizam os melhores para representarem Portugal pelo mundo.
É essa representação que justifica o dinheiro público na sua formação.
O problema, conforme está e bem sugerido, é mesmo o futebol, pelas verbas que movimenta.
Formar um jogador de futebol é muito mais rentável do que um corredor de maratona.