O português é tradicionalmente de esquerda, e isso vê-se pela forma como conduz nas estradas.
O mais à esquerda possível, ou então ao centro. Raros são os que andam à direita.
Somos pessoas de vistas curtas, mas com pressa de lá chegar. É por causa disso que tantos se colam ao carro da frente - talvez pensem que assim andam mais depressa, ou poupam gasolina por causa do cone de aspiração.
Somos progressistas, e que é por causa disso que não gostamos de ser ultrapassados; somos democratas liberais, porque ao volante basta uma dose de perícia e audácia para o mais pobre ultrapassar o mais rico.
Somos o país das sucatas e dos sucateiros; do óleo nas estradas e o reboque ao final da curva; o país do parque automóvel e das estradas que são esburacadas para passar cabos que um dia se revoltarão e tomarão conta da superfície; o país das jantes estragadas e das indicações mal dadas.
Somos o povo atrelado, em que não se guardam distâncias. Um grande veículo longo feito de pessoas que apenas querem seguir a sua vidinha, com medo que esta seja apenas uma colecção de dias.
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6 comentários:
Como sempre, inspiradíssimo!
Essa descrição também serviria para os Italianos.
Nem mais nem menos, exactamente aquilo que somos! Assino por baixo, marsupilami.
caríssimo framboesa:
a inspiração persegue-o!
Caríssima lololinhazinha:
pelas descrições que vou ouvindo sobre os italianos ao volante, nomeadamente em roma, eu diria que eles são cem vezes piores do que nós... mas enfim.... nós achamos sempre que somos piores que os outros, ainda que assim não seja...
Caro Fritz,
Ou estamos com os melhores ou com os piores. Nao temos meio termo.
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