sexta-feira, 4 de novembro de 2005

APENAS PARA REFLEXÃO

Estudo do Banco Mundial conclui que:
Um melhor controle do nível de corrupção em Portugal, colocaria o país ao nível da Finlândia em termos de desenvolvimento.

7 comentários:

fritzthegermandog disse...
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fritzthegermandog disse...

lieler amf:

na sua fisionomia histórica, geográfica e cultural, a finlândia é uma coisa tão monótona, tão insossa, tão insípida e sem graça, que a vivência da sua realidade apenas poderá ser comparável ao paladar que resulta de comerem-se a seco, sardinhas assadas com três dias zelosamente conservadas no frigorífico ou tortellinis crus. Assim é a finlândia (certamente que nunca se cruzou com um nórdico, ou um conjunto de nórdicos, que absolutamente entusiasmados ou histéricos digam: EEHHH! Vamos todos divertirmo-nos para a finlândia!!! A noite em Helsínquia é espectacular! Que seca!)

Mal por mal, caríssimo amf, triliões de vezes Portugal e a sua ideossincracia pindérica, a sua história, toda a sua cultura e herança e evidentemente, a sua tonelagem de corrupção - sempre têm mais graça e é mais imprevisível do que contemplar a calota polar.

O que o amf não fala - e que julgo teria mais interesse - é do sistema fiscal filandês, que ao contrário daquele outro sacrossanto português, não é progressivo (quanto mais ganhas, mais pagas). Sendo pérola da denominada social-democracia nórdica, a finlândia têm o mais simples sistema fiscal (aliás já praticado nos chamados países de leste agora parte da comunidade europeia): acima de determinado valor, pagas xis, abaixo do mesmo pagas ípsilon. Mas alto! É que quanto menos ganhas (produzes) MAIS PAGAS! E pergunta o meu querido amf, "qual é o resultado?": é que toda a gente TRABALHA e PRODUZ mais, para poder pagar menos impostos, logo o rendimento disponível aumenta, a penosidade no pagamento de imposto é menor e mais sobra para o investimento. A corrupção, são amendoins.

Agora tente explicar isso á social-democracia portuguesa. Aos gritos dirão "Oh amf!! Os ricos que paguem a crise!"

fritzthegermandog disse...

da finlândia
o arenque e a neve,
o álcool no sangue
das espigas de aveia,
destiladas ao sabor do gelo.
da finlândia,
do norte,
a única coisa quente
o único solstício
por quilómetros de brancura,
era a bala e o revolver
que jaziam sobre a neve da calota polar...

inédito de yuri kimikkonen - 1981

JAM disse...

Cara Naifa,
Apenas sobre o mencionado Prof. Pedro Arroja, que também tive oportunidade de ouvir em palestra - basicamente elogiou a sua capacidade de fazer dinheiro, na altura, agora já não será bem assim! - disse em 2000 que o euro não iria para a frente... Por esta, qualquer opinião do dito, ponho logo em dúvida!
Cumprimentos.

amf disse...

Caro jam,
Possivelmente a palestra terá sido a mesma, mas em 98 ou 99.
O Prof. Arroja disse, mais concretamente, que colocava em causa a sua reputação de economista em como não existiria moeda única.
Espero, desde a existência do euro, a oportunidade de lhe pedir um comentário a tal afirmação.

amf disse...

Caro fritz,
Na realidade o meu conhecimento sobre a Finlândia é diminuto.
Mas não posso deixar de fazer duas observações ao seu comentário.
Coloco muitas dúvidas sobre o monotonismo e a insipidez de que fala sobre a finlândia em particular e os países nórdicos em geral.
Não sei se sabe, mas a Islândia, país com uma área maior que a de Portugal, e só com menos de 300.000 mil habitantes, com a agravante de ser uma ilha, é um destino muito procurado pelos ingleses, sabe porquê?
Por causa da vida noturna de Reykjavik. Inclusivé, Damon Albarn, entre outros, são proprietários de bares na cidade.
A segunda observação é que já tive a oportunidade de conhecer algumas pessoas oriundas de países nórdicos, Suécia, Noruega, Dinamarca, e por aproximação Estónia, e quero lhe dizer que, na realidade, nunca nenhum me disse: "Vamos todos divertirmo-nos para a finlândia!!! A noite em Helsínquia é espectacular!".
Mas todos os que conheci, e um em particular, eram mais vivos, despertos e divertidos que muitos latinos.
Quanto ao sistema fiscal finlandês, fiquei sem saber qual é a sua opinião sobre o mesmo, concorda ou discorda?

fritzthegermandog disse...

Lieblen freunden, amf e asp:

a questão da finlândia relativamente aos impostos, ou a questão do rigor alemão ou inglês nos horários, ou a questão da indiferença holandesa relativamente ás drogas, ou da tauromaquia relativamente aos espanhóis, têm apenas um denominador comum, e foi esse o motivo destas mesmas dissertações sobre a finlândia (como o poderiam ser relativamente a todos osm outros países): não nos peçam para ser, aquilo que não somos, ou seja, agradáveis pagadores de impostos, rigorosos com os horários, moralmente acríticos, relativamente às drogas, ou à prostituição, tal como eu não exigirei desses mesmos povos, a nossa abertura e a nossa predisposição ao universalismo -(embora não grame castelhanos e andaluzes, partilho com eles o gosto pela tauromaquia, o que de resto só ajuda a marcar essa nossa diferença relativamente a eles).
Concerteza que na Finalândia - como em todos os outros países - haverá coisas deveras interessantes, pessoas simpáticas e afáveis (já agora caríssimo asp, os seus amigos nórdicos, teve oportunidade de os conhecer ao sol ou na neve?) e que haverá sistema de segurança social funcional, que sempre nos acudirá. Nada disso eu ponho em causa: por esta altura, será sem dúvida prazenteiro ir beber um copo de vodka finlandesa, com vinte graus negativos. O sol não é tudo. Mas os impostos muito menos.